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Contos-->Lição da Internação -- 27/09/2003 - 16:42 (Marcelo de Oliveira Souza :Qualquer valor: pix: marceloescritor2@outlook.com) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LIÇÃO DA INTERNAÇÃO


Quando cheguei ao médico queixando-me de dores, devido à circulação, nunca imaginara que aquela consulta fosse o ponto de partida para uma longa jornada de ansiedade e dor.
Passei praticamente um mês inteiro cheio de preocupações e muito receio quanto à cirurgia, que ia fazer, principalmente ao lembrar da lendária anestesia, a “Rac”,, que não tenho a menor idéia do seu significado.
Adentrando ao recinto hospitalar, não agüentava mais tanta angústia, não sei se foi por isso que a dolorosa anestesia não funcionara, sendo assim, tomando um outro procedimento, que me fez “apagar” prontamente, chegando a ver até anjinhos, acompanhado de imagens desconexas, estando dentro de minha consciência, que recobrava gradualmente, em um total desespero, chamando pessoas do meu convívio e o médico que me operou, pensando em meu mundo que estivera com problemas pós-operatório, advindo de uma cirurgia improdutiva.
Depois de muito tormento, consegui sair do efeito anestésico, onde nesse ínterim que o meu anjo chegou e segurou a minha mão, me confortando e tranqüilizando.
Assim já se passara o dia quase que completamente (não sei porque nesse tipo de lugar a gente se perde no tempo), sendo ministrado diversos tipos de remédios intravenal, aproveitando o soro que estará em meu braço e eu não sabera sequer quando ele fora colocado, só sabia que ele seria meu companheiro até a alta médica, numa incursão que seria de vinte e quatro horas de recuperação, como fora dito pelo DR. Rogério, há tempos.
Por causa do efeito doloroso da anestesia, senti-me muito fraco e impossibilitado de alimentar-me, pois tudo que entrara, voltara e forma de vômito.
À noite, foi uma só agonia, sempre vertendo líquido por causa do incentivo sorológico, uma maratona sem igual, o “pato” só faltava fazer “quack”, em que, de tempos em tempos chegava alguém para ministrar a medicação, para aplacar as persistentes dores em todo meu corpo.
Uma hora cheguei a pensar que não podia receber alta, porque não tinha condições sequer de dormir, vendo a noite se esvair pela janela. Mas felizmente tudo saiu conforme o previsto, saindo na hora estipulada.
As pessoas que chegam a um estágio de internamento, seja por quaisquer motivo, sempre estão a mercê d’outras pessoas, o que cabe a estas que estão trabalhando nessa nobre área, se humanizar um pouquinho mais, pois o distanciamento e a desatenção para com o paciente, torna o lugar mais doloroso e impessoal, principalmente traumatizante, porque o médico não pode estar com o paciente durante toda a jornada, para isso foram capacitadas essas pessoas, para assistir o paciente em todas as suas necessidades.
O que nos lega a pensar que nós estamos aqui só de passagem, ocupando um lugar, como verdadeiros inquilinos, e o que nós ganhamos de verdade é o amor, o respeito e a consideração.
Como a qualquer momento poderemos nos desprender de nosso corpo, lembremos em curtir cada momento da vida valorizando-o como fosse o último, porque certamente vai chegar o dia que voltaremos ao hospital, não para dizer até logo, mas para dizer ADEUS.

MARCELO DE OLIVEIRA SOUZA
marceloosouzasom@aol.com
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