Terror
No que eu estava pensando? O que eu estava sentindo?
Era somente medo? Não me lembro
Se eu carregava um castiçal pelas torres do castelo.
Pouco me lembro se havia luz, se fazia frio,
Se era um sábado, se fora caía uma tempestade:
Eu temia...não era premonição, dor especulada
Em doses letais. Não se tratavam de dramas
À serem resolvidos na conversa. Eu só sabia
Que devia descer as escadas correndo,
Só podia ter em mente as preocupações doentias de sempre.
Pouco me importa se era dezembro ou junho,
Se naquele momento podia ocorrer uma abrupta invasão.
Talvez eu carregasse uma adaga, e trêmulo,
Talvez eu tivesse tentado matar alguma ilusão, alguma sombra de vela.
Sei que, cabisbaixo, eu olhava para o chão,
Eu rezava, mas não era pedindo perdão
Eu sorria, mas não por achar graça ou contentamento.
Eu sentia o terror, emanar de meu coração frio:
Uma mensagem de pânico, decifrável à luz
De minhas fobias, cristalizadas em senso comum.
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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