Resumo pra lembrar (VIII)

Fixar as informações
em seu sagrado lugar,
pra que as reconstruções
possam respostas nos dar,

começa do ventre materno,
até a longevidade,
com um estímulo terno,
ou a nova amizade.

Pois o bebê é capaz
de estímulos sentir,
um som ou toqu’eficaz,
pra depois os repetir.

Reconhece quando nasce
o que lá dentro sentiu,
só não lembra sua face,
mas porque nunca a viu.

Vozes da mãe e do pai
são bem diferenciadas,
uma ao ouvido vai,
o bebê dá gargalhadas.

São as primeiras lembranças
que amoldam a memória,
ou serão suas carranças
de maneira compulsória?

No bom molde acredito,
pois um cérebro pequeno
não é lá tão expedito,
tudo demais é veneno.

As poucas informações
o bebê já armazena
com as poucas conexões
dos seus neurônios em cena.

Sem enxergar as imagens
das pessoas ao redor,
ele faz as traquinagens
de um bom observador.

Aguça a atenção,
e a sua retentiva
dá um tempo pra visão
ficar pronta, mais ativa.

Dos vultos ela recorda,
do pai, da mãe, da babá,
do brinquedo numa corda
e do som do tra-la-lá.

Após os dois primeiros anos,
já se move, balbucia,
quase fala “muçulmanos”
que a tevê anuncia.

A memória já progride
junto de outras funções,
no cérebro reside
núcleo de reconstruções.

Aos doze tudo tá pronto,
o menino lembrará
dos fatos, de cada conto,
a mente deu alvará.

A atenção, nesta fase,
quer o mundo abarcar,
são tantas, que nem tem base,
as opções pra atentar.

A concentração se sufoca
com o excesso de lances,
a atenção não enfoca,
apesar de muitas chances.

A hiperconcentração
será experimentada
com filmes de muit’ação,
desenhos, contos de fada.

Aí, a capacidade
de retenção recrudesce,
pinta a velocidade
no raciocínio que cresce.

Dos doze aos vinte’um,
anseia por novidades,
experimenta o rum,
e as coisas das cidades.

A experimentação
vai do nível acadêmico,
social e profissão,
sem nenhum risco isquêmico.

Sexo, namoro e droga,
as bebidas e cigarros,
outros fazem a ioga,
peitos cheios de pigarros.

Informações nesta fase
registradas na memória
é que vão lhe dar a base,
e não tem escapatória,

pra pessoa aprender,
a formação da persona,
do caráter que vai ter,
mesmo se virar bichona.

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