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Cordel-->Resumo pra lembrar (XXI) -- 19/08/2006 - 21:28 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Veja mais, clique ali, oh:===>>> Resumo pra lembrar (I)










Resumo pra lembrar (XXI)

Ditado popular diz
que primeira impressão
é que fica no nariz
da memória sem visão.

A primeira relação,
o inicial emprego,
a prima osculação,
o primeiro desapego,

a primeira direção
de um carro na cidade,
a primeira diversão,
toda primeira maldade...

Todas as primeiras vezes,
diferentes, das pessoas,
com suas intrepidezes,
têm valores, são boas.

Na cultura brasileira
todas as experiências
sobre coisas ‘de primeira’
ficam bem nas consciências.

Se a droga não entrou,
se ninguém demais bebeu,
o que na cuca ficou,
ninguém jamais esqueceu.

Por que não se esquecer
da primeira ocorrência,
que nos fez até tremer,
da prima experiência?

Em situações diversas,
de ódio, medo ou rancor,
em situações perversas,
ou de prazer, de amor,

em que há expectativa
pela realização
por alguém, ou coletiva,
de uma nobre ação,

o cérebro endereça
a atenção pro momento,
pro fato que mais apreça,
o de mais acolhimento;

gera mais concentração
na tarefa que é feita,
como a osculação
de uma dupla eleita:

um casal adolescente,
debaixo de uma calanza,
e meio inconsequente,
que tenta primeira transa;

encaram-se sem igual,
moldando a bela cena
pra memória visual,
que liga sua antena;

entre si palavras trocam,
cada um diz oitiva,
como pombinhas que chocam:
eis memória auditiva.

E naquele rela-rela,
fazem estímulos táteis,
há cheiro no corpo dela,
gosto nos beijos vibráteis...

tudo fica registrado
desse processo gozozo
que, pela rede levado,
produz traço memoroso

de duração prolongada,
graças à rede neural,
que ficou excitada
pra ir até o final.

Quando alguém nos censura,
ou ameaça demais,
quando falta compostura
por razões antigripais,

em palanque d’eleição,
ou uma grande assistência
escuta nossa oração,
e nos falta a fluência

— é quando vem o “brancão”—
a nossa rede neural
transmite a gravação
com o mesmo ritual,

criando um novo traço
na memória prolongada,
duradouro como aço,
na cuca ameaçada.

A memória armazena
informações muito fortes,
grava em si cada cena,
deixa traços como cortes.

Experiências saudáveis,
alegres, ou positivas,
e, também, as irritáveis,
de tristeza, negativas,

são todas armazenadas
como traços pessoais,
e, conforme são lembradas,
ditam destinos finais.

Quem consegue se lembrar
de situações risonhas
mais que as de enjoar
— situações enfadonhas —

pode dizer, afinal,
"fui um cara bem feliz",
não me lembro mais do Mal
que do Bem em chafariz.

E, em contraprestação,
quem vivenciou mais Mal
do que Bem, em profusão,
vai dizer bem natural:

“Sofri com pão que o demo
para mim estraçalhou,
pobre da minha mnemo...
hoje, eu sou o que sou.”

Alimento de memória
que deixa recordação,
—ah, não tem escapatória—
é soment’informação.

Mas há informação má,
tóxica, que envenena,
e a boa de guardar,
a informação serena.

A informação nociva
pode limitar o ser,
através da retentiva
pode nos endoidecer.

Vamos exemplificar:
um menino burilado,
mas que jamais se quis dar,
por causa dum desgraçado,

quando maior se descompassa,
ficará enfurecido,
se alguém mão lhe passa,
ao lembrar do ocorrido.

Um menino estuprado
no futuro vai sofrer
pra ter sexo bem transado
com seu amor, bem-querer.

Tudo fica registrado
na memória mais durável,
e, no adulto, pesado
fardo inafugentável.

A criança reprimida,
ou que apanhou na cara,
por falar desprevenida,
acusada de arara,

pode ter criado traço
na memória prolongada
que hoje mostra fracasso
em, com voz bem impostada,

bom discurso proferir,
ou bem se comunicar.
Na profissão que seguir,
vai sempre se perturbar.

Uma coisa importante
e que vale mencionar
é o modo incessante
de cada fato tratar.

Se você demais penou,
mas encara numa boa
tudo de mal que passou,
certo que não foi à-toa,

que tudo bem lhe serviu
pra fortalecer seu ser,
na certa você já sentiu
alegria por viver.

Mas quem pensa o contrário,
quem reforça o sofrer,
torna-se tumultuário,
tem tristeza por viver.

Outra coisa a dizer
é que cuca não deleta
informação por querer
de alguém a quem afeta.

É preciso outro tom,
melhor resignificar,
descobrir o que é bom
do que você vai tratar.

Siga para ===>>>Resumo do resumo pra lembrar (XXII)

Veja mais==>>>Elpídio de Toledo






























































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