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Cartas-->Uma carta de Juan de la Ville para Helena -- 13/03/2003 - 17:04 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA CARTA PARA A AMIGA HELENA


Minha querida Helena,

Por diversas vezes conversamos sobre as formas e a natureza da poesia. Analisamos que desde a Poética de Aristóteles até nossos dias, e apesar de estilos, inovações, rupturas e avanços, vigoraram os grandes gêneros básicos do lirismo, da épica e do drama. Os subgêneros em que se repartem as imensas searas da estética, correspondem a outros tantos fluxos e refluxos da sensibilidade humana.
A escrita poética foi sempre uma atividade baseada na representação. Não há outro modo de falar da realidade através da escrita. É por isso, uma ficção, a poesia. Parece um conceito irreversível se analisarmos a natureza da escrita.
Trata-se de uma tese que apoiamos na mestria didática de grandes poetas como Fernando Pessoa (Poemas: "O Poeta é um fingidor" ou "Isto"). Parece que toda a vida humana ou é um enternecimento lírico, ou uma luta gloriosa e épica ou um sofrimento doloroso e dramático.Fronteiras claras de nossas latitudes existenciais.
A poesia vive dos grandes momentos íntimos do homem e sua grandeza se pauta pelos profundos vislumbres dos poetas quando mergulham na sua inesgotável intimidade.Isto é uma fundamentalidade praticamente assente entre os poetas e os teóricos da poesia, não obstante as variações expressivas dos mesmos.
De outro lado, porém, o homem é membro de uma "pólis". É um cidadão. Mergulhado na vida social. Com funções e comportamentos sociais. Ator e observador, o homem não fica imune deste "status" que o torna irremediavelmente um
membro da fenomenalidade social.
Tendo em vista porém que teu amigo João, como sabes, tem desenvolvido uma poética lírica em torno da amorabilidade da vida e do mundo, sob a designação heteronímica de Jan Muá, é importante que saibas que ele tomou agora a iniciativa de mostrar outro ângulo: o ângulo dialético da poesia social. Vai fazer isso através de um novo desdobramento de personalidade. Desta vez, representado por Juan de la Ville. Se queres saber, Juan de la Ville passa a representar a voz do Poeta urbano, o poeta da cidade. Ele é o observador e o emissor poético dos fenômenos urbanos, dos fenômenos sociais e do homem de massa vergado às leis do consumo e que vive acabrunhado em nossas cidades. Juan de la Ville falará de vitrines, escaparates, de shoppings, de mercados, de modas, do homem capitalizado, do homem das naves espaciais, do homem de massa subjugado e unanimizado, do homem escravo, da civilização mecânica, do homem pós-moderno, da mocinha do celular, do computador como objeto e como senhor, do homem digitalizado, do homem mecanizado em sua linguagem, do homem-massa que desistiu de pensar por si próprio, de pesquisar, de saber mais, de ir além da comida e da grana, do homem desespiritualizado e a-metafísico. Mas sempre em relação a um modelo de homem mais mais exigente, na mira de um homem idealmente evolutivo. Juan de la Ville é este observador, este jornalista e este poeta da cidade plural anônima e gozadora.Um poeta que relata, que descreve, que descobre, sempre na mira de outro modelo de homem mais elevado.
Gostaria, querida Helena, que acompanhasses e dialogasses comigo neste empreendimento de Juan de la Ville.
Mando para ti, hoje, os primeiros produtos poéticos de Juan de la Ville.
Beijos
Juan de la Ville

e-mail: joaofen@uol.com.br
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