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Infantil-->Os musicistas da cidade de Bremen - Lenda dos Grimm -- 03/10/2002 - 09:53 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Os musicistas da cidade de Bremen.
Um homem tinha um burro que levava sacos para o moinho, anos a fio, sem se cansar, mas, naquele dia, ele mostrou que suas forças estavam chegando ao fim e ele já não estava dando conta do recado. Então, o homem pensou em fazer comida dele, mas o burro pressentiu os maus ventos, cascou fora e pegou o caminho para Bremen.
—Lá, pensou ele, "bem que poderia tornar-me um musicista."
Depois de uma boa caminhada, ele topou com um cão de caça pelo caminho que respirava fundo, cansado de tanto correr.
— Uê, por quê você está tão ofegante, paqueiro? Perguntou o ex-burro de carga.
— Ora, disse o cinco de caça, "é porque estou velho, cada dia mais fraco; como já não dou conta da caça, meu dono quer me matar; por isso, dei no pé. Mas, agora, como vou ganhar meu pão de cada dia?"
— Cê sabe? disse o burro, "Estou indo para Bremen e lá vou ser musicista. Venha comigo e torne-se um músico, também. Eu toco o alaúde, e você bate o tambor."
O cão de caça ficou satisfeito, e eles continuaram. Não demorou muito, toparam com um gato assentado no caminho que fazia uma cara de três dias de tempo fechado.
— E aí, quê-tê-passa, quatorze velho barbudo? Perguntou-lhe o burro.
— Quem que pode tá bem, quando se está com o guiso no pescoço, perdidão ... como eu?" Respondeu o gato.
— Como fiquei velho, meus dentes perderam as pontas e prefiro caçar aranhas, atrás do forno, a caçar ratos; por isso, minha dona quer me afogar e tive que me mandar. Mas, agora, conselho bom é caro: para onde devo ir?"
— Venha conosco para Bremen, cê sabe tudo de serenata. Lá você pode se tornar um musicista.
O gato topou a parada e foi junto. Logo após, os três desertores passavam por um portão de quintal, onde se encontrava um galo que cantava a plenos pulmões.
— Pochade, bicho! Cê canta tanto que até a terra treme, disse o burro, "quê que cê tá querendo?"
— Prevejo bem o tempo, o galo falou, "porque hoje é o dia das nossas amadas esposas, é quando suas penas são lavadas para o Menino Jesus e querem se secar; mas, amanhã, domingo, vêm os convidados e, claro, dona de casa não tem nenhuma piedade. Ela disse ao cozinheiro que ela quer me comer na sopa de amanhã; por isso, hoje à noite, devo ter minha cabeça cortada. Então, enquanto posso, ponho minha garganta a toda."
— Mas, logo você, atleticano? Exclamou o burro. "Melhor você vir conosco, nós vamos para Bremen. Algo melhor que a morte você acha em qualquer parte; você tem uma boa voz, e se nós fizermos uma banda, tem que ter um tipo assim, tal como você."

O galo deixou-se levar pela sugestão, e a banda de quatro partiu. Eles não podiam, porém, alcançar Bremen em um dia e, à noite, chegaram a uma floresta, na qual resolveram pernoitar. O burro e o cão caçador puseram-se debaixo de uma grande árvore, o gato e o galo se colocaram nas galhadas; o galo voou, porém, até ao topo, onde era mais seguro para ele. Antes dele dormir, ele examinou tudo aos quatro ventos; então, pareceu-lhe ter visto ao longe uma coisa que queimava, e alertou seus companheiros dizendo que, não muito longe, haveria uma casa, pois, aquilo parecia uma luz. Disse o burro:
— Então, vamos nos aprontar e ir pra lá, porque a hospedaria aqui não está nada boa.
O paqueiro pensou logo em alguns ossos, e um pouco de carne, também, lhe faria muito bem. Assim, eles partiram em direção à área onde estava a luz, e logo viram-na refletindo seu brilho, cada vez maior, até que chegaram a uma resplandecente casa de ladrões. O burro, por ser o maior, chegou à janela e olhou lá pra dentro.
— O que você está vendo, Burro Cinzento? Perguntou o galo.
— O que vejo? Respondeu o burro. "A mesa repleta de saborosas comidas e bebidas, e ladrões assentados em torno dela, regalando-se às pampas."
— É pra já, exclamou o treze no jogo-de-bicho.
— Sim, sim! Oh, Ok! Já deveríamos estar lá! Disse o burro.
Então, aconselharam-se os animais, a fim de expulsarem os ladrões e, finalmente, acharam um jeito. O burro teria que colocar as patas dianteiras na janela, o cão de caça deveria saltar sobre o lombo do burro, o gato sobre o cão de caça e, finalmente, o galo voaria e ficaria em cima da cabeça do gato. Quando isso aconteceu, eles começaram todos, a um sinal, a fazer sua orquestra: o burro gritou, o cão de caça latiu, o gato miou, e o galo cantou; então, eles desabaram pela janela para dentro da sala, que até a vidraça trincou. Os ladrões ficaram apavorados com a barulheira, não pensando em outra coisa que não fosse um fantasma que lá entrou, e fugiram morrendo de medo pela floresta afora.
Depois disso, os quatro companheiros se sentaram à mesa, pegaram o que era da preferência de cada um, e comeram tudo que sobrou, como se estivessem há quatro semanas com fome. Como os quatro trovadores estavam saciados, apagaram as luzes e buscaram um lugar para dormir, cada musicista no seu porta-musicista, confortavelmente. O burro pôs-se no esterco, o cão de caça atrás porta, o gato no fogão com a cinza morna, e o galo se sentou no poleiro; e, como estavam demasiadamente cansados da longa jornada, eles dormiram logo, também.
Quando passou da meia-noite, estando os ladrões longe deles e não havendo mais nenhuma luz acesa na casa, tudo parecendo quieto, disse o chefe dos ladrões:
— Nós não deveríamos ter ficado apavorados! E mandou logo um deles examinar a casa.
O enviado, achando tudo quieto, entrou na cozinha para acender uma luz, e como viu o brilho dos olhos ardentes do gato parecendo brasa de fogão, ele pegou uma lasca de madeira, a fim de reascender o fogo. Mas o gato não estava para brincadeira, saltou na face dele, vomitou nele e arranhou-o. Então, ele se assustou profundamente, correu e quis sair pela porta, mas o cão de caça, que ali se deitara, saltou sobre ele e mordeu-lhe a perna; e, quando passou pelo esterco do quintal, o burro deu-lhe um coice com as patas traseiras; o galo, despertado do sono pelo tumulto e vigorosamente alegre, encheu o peito lá do poleiro:
— Ca-ca-ri-oca-oh!
Então, o ladrão correu o quanto pôde, voltando até ao seu chefe, e disse:
— Nossa! Há uma bruxa horrorosa na casa! Ela vomitou em mim e, com seus longos dedos arranhou-me a face; e, na porta da frente, um homem se levantou com uma faca e me cortou a perna; e, no quintal, fica um monstro negro que me bateu com uma tora nas costas; e, lá em cima, sobre o telhado, tinha um juiz-de-forano-de-briga que gritou: Traz traíra cá, oh! ... Inda bem que estou aqui, vivo!
Desde então, os ladrões não ousaram voltar à casa, porém, os quatro musicistas de Bremen sentiram-se tão à vontade lá dentro, que não quiseram sair de lá novamente.
E quem contou isto mais recentemente,
ainda está com a boca quente.
(Fonte: www.udoklinger.de)












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