Resumo pra lembrar (XXXIV)
Para cuca não fundir,
o cérebro se protege
do que vem a poluir
o ambiente em frege:
visuais, ou auditivos,
de ouvir, ou de cheirar,
tatilidade, bem vivos
estímulos — a zanzar —
formam ambiente rico
que nos deixaria loucos,
mas ele diz "Aqui fico!"
e fica só com uns poucos.
Atentos, cinco sentidos
dizem a que se ligar;
lances... desapercebidos
são, pra nos aliviar.
Pra você atravessar
um campo todo minado,
onde há um belo pomar,
você fica concentrado;
sua atenção vai dar,
durante a travessia,
atenção ao seu pisar,
pra não entrar numa fria.
Mas há lances ao contrário,
em que não há atenção
a nada comunitário,
uma total dispersão:
você está caminhando,
seus olhos abertos vão,
nada estão enxergando,
mas passam por qualquer vão;
você está caminhando,
seus ouvidos funcionam,
mas não estão captando
cantos que outros entonam;
seu nariz deixa pingar
a coriza pelo chão,
e você a caminhar
não sente sua vazão;
ao chegar ao seu destino,
nem sabe como chegou,
sente falta de um pino,
diz que a cuca falhou...
Deixar de ser curioso
é falta de atenção,
é não estar bem cioso
de qualquer informação.
O hábito de prestar
atenção traz, de proveito,
o seu bom memorizar;
nenhum lance é desfeito.
Ao entrar num bibocal,
ou num sagrado lugar,
o que há de principal
você deve assuntar;
assuntar o ambiente,
os seus acontecimentos,
o som que está presente,
usando seus sentimentos.
Bata o olho em tudo,
ouça o backing vocal,
a voz do cantor sizudo,
aja como bom fiscal.
Observar é aprender,
estimula a memória,
faz a atenção bater
na parte inibitória.
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