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Infantil-->Os sete corvos - Lenda dos Grimm -- 19/10/2002 - 09:27 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Os sete corvos
texto


Um homem tinha tido sete filhos e, até então, nenhuma filhinha, que ele muito desejava, também; finalmente, sua esposa engravidou-se, dando-lhe nova e boa esperança; e, quando a criança nasceu, era mesmo uma menina. A alegria foi grande, mas a criança era leve e pequena e, por causa da sua fragilidade, deveria ser batizada logo. O pai mandou um dos meninos depressa à fonte para trazer a água do batismo: os outros seis correram junto dele. E, como todos queriam chegar primeiro ao poço, deixaram o cântaro cair dentro da fonte. Por isso, ficaram ali, de pé, sem saber o que fazer, e nenhum deles ousou voltar para casa. Como demoravam demais para voltar, o pai foi perdendo a paciência, e disse:
_ Certamente esqueceram-se do batismo e estão dissimulando, meninos excomungados.
Ele ficou temeroso de que a menina pudesse morrer sem ser batizada e, muito nervoso, ele praguejou:
_Eu quero que todos os meninos se transformem em corvos!
Mal acabou de rogar aquela praga, ele ouviu um zumbido no ar, sobre a sua cabeça; olhou para o alto e viu sete corvos negríssimos, que dali levantaram vôo. Os pais não puderam mais desfazer a maldição, e ficaram muito tristes com a perda dos sete filhos; eles se confortaram, porém, até certo ponto, com sua queridíssima filhinha que logo ficou forte e, a cada dia, tornava-se mais bonita.
Passado muito tempo, ela ainda não sabia que teve irmãos, pois os pais queriam protegê-la de qualquer remorso; até que um dia, aproximando-se de outras pessoas, ouviu que era muito bonita, mas culpada da infelicidade dos seus sete irmãos. Por isso, ela ficou muito transtornada, foi aos seus pais e perguntou se tivera de fato sete irmãos e para onde eles teriam ido. Aos pais não foi possível, então, reter o segredo por mais tempo, mas limitaram-se a lhe dizer que o destino levou-os para os céus e que seu nascimento se deu naquela ocasião, inocentemente.
A sós, a menina fazia diariamente um exame de consciência sobre o fato, e acreditava que ela poderia trazer de volta os irmãos. Não teve paz e nem descanso, até que partiu em segredo e saiu pelo mundo à procura de pistas, a fim de libertar seus irmãos, custasse o que custasse. Não levou nada consigo, a não ser um pequeno anel como lembrança dos seus pais, um pão para matar a fome, um jarro para matar a sede e uma cadeira para seu descanso. Então, ela foi indo, foi indo, até ao fim do mundo. Lá, ela passou pelo Sol, mas ali era muito quente, um calor terrível que comia as crianças pequenas. Ela saiu dali depressa, e correu para a Lua, mas lá, também, era muito frio, muito seco e muito ruim, e sempre que via meninos, dizia:
_ Sinto cheiro de carne humana.
Então, ela saiu de lá às carreiras e chegou às estrelas; essas foram amabilíssimas e boníssimas com ela, e em cada uma pôde assentar-se com sua cadeirinha particular. Porém, Vênus, a estrela-d´alva, a estrela da manhã, levantou-se, deu-lhe uma pequena perna de ave, e disse:
_Se você não estiver com a perna, você não pode destrancar a montanha de cristal e lá, na montanha de cristal, estão seus irmãos. A menina pegou a perna de ave, embrulhou-a cuidadosamente em um paninho, e foi embora para longe dali, até que chegou à montanha de cristal. O portão estava fechado e ela quis desembrulhar a perna de ave, mas quando abriu o paninho, ele estava vazio, e ela tinha perdido o presente da bondosa estrela. Como poderia ela, então, abrir a porta da montanha? Ela queria libertar seus irmãos, mas não tinha a chave. A boa irmãzinha pegou uma faca e cortou um dos dedinhos, colocou no portão e, felizmente, destrancou-o. Como tinha entrado, um anão veio de encontro a ela e disse:
_ Minha criança, o que procura você?
_ Busco meus irmãos, os sete corvos. Respondeu. O anão falou:
_ Os senhores corvos não estão em casa, mas se você puder esperar bastante, então, acabe de chegar.
Em seguida, o anãozinho levou a comida dos corvos dentro de sete pratinhos e sete xicrinhas, e de cada pratinho a irmãzinha comeu um pedacinho, e de cada xicrinha bebeu um pouquinho; porém, na última xicrinha ela deixou cair o pequeno anel que tinha levado. De repente, ela ouviu um zumbido e sentiu uma corrente de ar; então, disse o anão:
_ Agora, os senhores corvos estão voando de volta para casa.
Então, eles chegaram, quiseram comer e beber, e procuraram seus pratinhos e suas xicrinhas. Aí, um falou para o outro:
_ Quem comeu do meu prato? Quem bebeu da minha xícara? Isso foi uma boca de ser humano.
E quando o sétimo chegou ao fundo da xícara, o pequeno anel rolou sobre ele. Tão logo ele o viu, pôde reconhecer que era um anel de pai e mãe, e disse:
_ Deus nos ouça, se nossa irmãzinha estivesse aqui, então, seríamos resgatados.
Quando a menina se levantou detrás do portão e escutou aquele desejo, mostrou-se para eles, e então todos os corvos recuperaram a forma humana deles. E eles abraçaram e beijaram um ao outro, e partiram felizes para casa.
***
Fonte: www.udoklinger.de





























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