A vinda de Jesus, anunciada muitas vezes, ocorrerá dentro em breve. Tomará ele a forma mansa de iluminado cordeiro e percorrerá o mundo, captando as emoções populares, reanimando os impuros, curando os doentes, renegando o “pecado”, exortando os fracos de espírito e os poderosos para seguirem-no em mais uma jornada. Sua peregrinação estará plena de força magnética, de sorte que a reconstrução do planeta ficará muito facilitada. A Jesus será atribuído fardo mais pesado, sob o qual qualquer outro sucumbiria; ele mesmo não agüentaria, não fosse o amparo do Pai.
Quando Jesus estiver percorrendo os ínvios caminhos da Terra, muitos o reconhecerão e seguirão. Haverá, no entanto, necessidade de acalmar as multidões sedentas de justiça. Muitos agradecerão sublimemente os benefícios recebidos. Outros tantos, porém, não se aterão a solicitar somente a Deus a sua justiça e pleitearão junto aos homens equiparação de direitos que não poderão proporcionar. Nesse instante, o cataclismo arruinará grande parte da obra de Jesus, embora proveniente dos próprios homens. A volúpia enganadora se erguerá no espaço como tristonho cipreste que chorará a dor da perda de condição superior. Muitos serão puramente arremessados em mundos inferiores e sofrerão as penas justas pelas suas vidas “pecaminosas”. Os bons serão erguidos e Jesus transformará o caos em grandiosa paz.
A vida no planeta será perfeita do ponto de vista material. A natureza, aos poucos, irá recompondo-se e os climas readquirirão sua amenidade. As grandes catástrofes serão esquecidas e a Terra voltará a ser um paraíso, agora não mais sujeito às influências deletérias dos maus espíritos. Um novo Adão habitará as várzeas e os montes, sem serpentes malignas e sem frutos da verdade.
Esta visão paradisíaca que lhes estamos fazendo entrever, no entanto, só chegará muito depois de ter a humanidade passado por inúmeros sofrimentos. O homem ainda não merece usufruir esse bem. Sua miséria moral está mais para o inferno, onde seus impulsos mórbidos lhe acarretarão dores atrozes.
A maldição dos tempos e das épocas não condiciona princípios de vida, mas muitos se lembrarão das palavras de advertência dos amigos da espiritualidade e as tomarão por pragas, por desejos funestos de punições indiscriminadas e injustas. É sagrado, neste momento, volver os pensamentos para Deus e rezar muito, solicitando luz, discernimento, para que os irmãos sejam esclarecidos, de maneira integral, de que os culpados pelo horror são eles mesmos. É com extrema sensibilidade, com muito desprazer, que vimos anunciar as calamidades que se avizinham. Nós não queremos que nenhum mal ocorra para ninguém, mas como sofrear tantos crimes, muitos dos quais cometidos em nome da religião e de Deus?
Vocês devem aguardar o Cristo, mas não podem ficar de braços cruzados, de boca amordaçada, de pés chumbados. Vocês precisam sair em pregação de amor, avisando a todos que se preparem para o pior. A total destruição dos ideais propostos pela matéria é fator irreversível. Que se poderá aproveitar de tantos homens completamente ocos, vazios de valores morais e espirituais? Cultivem o espírito, irmãos. Não titubeiem, não hesitem, não tartamudeiem, não gaguejem. Façam de vocês mesmos flamas de luz e iluminem o irmão que vaga nas sombras da ignorância. Conversem com os espíritos, atendendo-os no que lhes solicitarem. Não se deixem, no entanto, levar pelas fórmulas miraculosas que muitos tentarão fazer passar por panacéias para os males. Saibam reconhecer os espíritos de luz, os mensageiros de Deus, para isso, orando muito e unindo-se, em nome de Jesus. O princípio é sempre o mesmo: o evangelho.
Procedam segundo as verdades do Cristo e terão condição de ajudar na recuperação e na redenção de muitos. Não se percam vocês mesmos. Insuflem nos corações a coragem de vigorosa fé e atrevam-se a revolver os “pecados”, expondo-os à luz e denunciando-os à opinião. Os corações empedernidos, aos poucos, cederão à força da evidência. Os criminosos, os ladrões, os idólatras do dinheiro, os assassinos da espiritualidade serão afastados e Jesus poderá passar tranqüilo, espargindo bênçãos em grande profusão.
Oh! Que tempos bem-aventurados advirão! Que corações plenos de felicidade e de amor! Não mais se sentirão desejos de grandeza, de poder e de glória. O dinheiro será abençoado e servirá como meio para a aquisição de riquezas espirituais, pois não despertará a ganância, a cobiça, a prepotência. A saúde se estabilizará e a natureza seguirá apenas curso normal, desaparecendo a morte precoce. Crianças e velhos se confraternizarão e se estenderão as mãos.
Benditos os que sobreviverem à crise, pois possuirão a Terra!
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