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Poesias-->Cansaço extremo -- 02/10/2004 - 18:47 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cansaço extremo



I. Atitude e verbos banais



Soa tão pedante minhas súplicas

Parece tão infértil meus juízos

Só me resta lamentar, ou mesmo, ir além

Não sou selvagem, talvez um fraco iluminista

Eu me aborreço com ironias fáceis- chega:

Crio em torno de mim, um pântano, minhas intenções

Estão calcadas neste chão viscoso. Inerte a críticas,

Vejo no otimismo brutal como o caminho mais

Distante da redenção. Eu passeio, transito e migro

Por entre os grandes movimentos da humanidade,

Mas simplesmente estou aborrecido. É fato:

O que escrevo tenciona somente aniquilar auto-estimas.

Quanta pretensão! Palavras, só palavras, a atitude

Requer algo além de verbos furiosos: eu quero algo que seja eterno

Que deixe marcas, na pele, na alma, em cada polegada

Da superfície banal deste planeta.



II. Casa da escuridão



Não são apenas sinais de vida: há sim monstrengos

Nesta escuridão. Escuto vozes, gritos, mas sei é apenas uma

Encenação do surreal para convencer minha razão...

Quem me dera, poder fugir da casa da escuridão:

Eu quero ver a luz, fugir dessa caverna platônica.

As leis do universo não chegam aqui... a crença e a fé

Não bastam aqui- é preciso ter coragem apenas, somos

A nossa própria fortaleza, diz algum otimista aguado.



Sou apenas um poeta lúcido

Varrendo os corredores infinitos do universo



III. Limitações da imaginação e da poesia



Os céus estrelados pretéritos esmagam

Todas minhas intenções com a linda musa-

Todos os sonhos cuidadosamente cultivados fazem ruídos

Terríveis...Ganidos eloqüentes, emitidos por bestas noturnas

Impedem-me de ver a lua, em todos os seus detalhes.

Sem alguma consideração, minha limitada imaginação

Forja armas de luz, e finalmente posso desbastar a grade.

Intenção não basta- a poesia limitada regurgita rimas fáceis...

Num mundo de cifras e tabelas, construo meu quartel general

Num ponto além da escuridão. Da densa escuridão.



IV. O amor verdadeiro espera



Um dia desses, eu olhei vagamente para a rua.

Estava chovendo, fazia um frio desgraçado. Pensei

Mais uma vez nela, na musa. Senti um vazio imenso.

Toda esperança morreu. De certo modo, eu morri.

Silenciosamente, fiquei vagando a noite inteira

Em meu quarto, tal como um animal selvagem,

Dentro da jaula, pensa em sua estratégia de fuga.



V. Cavalgando na tempestade



Travando guerras particulares,

cavalgo lentamente sob a pesada chuva radioativa.

Sob potentes ventos, eu vejo o horizonte

Tremer: todas as minhas ilusões embaraçam-se,

Perdem vínculos, perdem o nexo.

Estou rigorosamente perdido.



Os raios, na linha do Desconhecido, avisam.

Devo estar atento. Sou um cavaleiro na tempestade,

Devo salvar a princesa, o reino e o universo.

Sim, há sempre o perigo de exagerar, mas quem não

Tem nada de Dom Quixote? Avante, Rocinante, avante!

Destruirei todos os moinhos de vento.



Sei que logo chegarei ao meu abrigo.

Longe do frio e do sereno, traçarei rotas:

Buscarei oásis. Tal como Gulliver, encontrarei

Reinos fantásticos. Oh pobre criatura que sou:

Quase a nocaute e delirando!

Modularei em meus discursos todos os meus anseios.

Nas pedras, anunciarei o mundo que conheci.

Péssimo e inábil, serei apedrejado por sórdidas

Tribos selvagens. Terrível e anargurado,

Buscarei outro caminho, e logo

Estarei novamente

Cavalgando na tempestade.



(Eder Luis Tomokazu Kamitani)









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