Estou subjugado à realidade hibernal das gotas de chuva batendo compassadas
Na minha vidraça
Sintonizado com o momento em que meu pensamento e minha emoção devoram
Tuas líricas peças entregues à escrita da tarde
São toadas de arte as que sabes compor com a divina assistência de tuas musas
Quando ficas detida e embrulhada na teia de tantas saudades e lembranças
Com que elaboras teus versos emocionantes
Na tecelagem laboriosa e artesã das palavras chiques e doces
De teu tecido poético
Entre linhas apertadas sabes destacar as belas vibrações emotivas
E emocionantes confissões amorosas
Que se amoldam às linhas de costura com que amarras sentidos e ligações
Na extensão da trilha poética sabes traduzir saudades e solidões reavivadas sob a batuta
De pronomes pessoais que animam e apontam para gestos de numes em trânsito pela terra
Sabes também conter a batida do discurso até que cheguem os pontos e as vírgulas antes que Vênus apareça e marque presença na confidência das ausências
registradas agora em livro de ouro por aproximação nas estradas caminhantes da vida despausada do evoluir dos humanos
Nas sábias expressões da tua tecelagem um registro de arquivo será sempre lembrado como se fosse a confidência desta noite
A narração que faz emergir a tocha quase olímpica da tua saudade acariciando a minha ausência.