Um time de futebol
é como um pelotão:
ou é equipe d"escol,
ou é pura ilusão!
Se as laterais são fracas
e o meio não vai bem,
não passam de maritacas
os componentes que tem.
Falam muito entre si,
mas não são eficientes,
o torcedor até ri
das peças insipientes.
Não sabem nada de cobra,
da tática sucuri
que é pau pra toda obra,
Mineirão ou Morumbi.
Faltando a verdadeira,
meu senhor comandante,
a tática mais rasteira
é igual à rastejante.
Um pelotão de primeira
ataca pelas beiradas,
mas a jogada certeira
ele faz sem dar mancadas.
Três soldados vão frent"a frente
e pulam no elemento,
uma gravata bem rente
é dada neste momento;
outros seis vão por detrás
e pulam noutro passante;
como cobra também faz,
enrolam-se no meliante.
Assim, sucessivamente,
de seis em seis enrolando,
o pelotão competente
vai a massa sufocando.
Enquanto isso se passa,
o bom time que se preza,
vendo isso, acha graça,
a mesma cartilha reza.
O ataque pelos flancos
é só para despistar,
os ataques que são francos
é que deixam gols marcar.
Na falta de sucuri,
o jogador faz o breque
agarrando o guri,
já com as pernas em leque.
E, na boa retaguarda,
por último, vai o beque,
que o ataque sem farda
enfrenta e põe em cheque.
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