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Cordel-->JULGAMENTO FINAL -- 11/02/2007 - 04:49 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JULGAMENTO FINAL

Andando na chuva abri nos braços em sinal de agradecimento pela água que lavava até minha alma e pelo frescor da essência de Deus que me acariciava em forma de pingos. E como criança pisei nas poças e chutei água para todos os lados e como é impossível alguém perceber dei uma senhora mijada que se misturou com a água e é uma gostosa sensação de liberdade.
Quem nunca fez isto deveria experimentar, é melhor e mais higiênico que fazer na piscina.
Olhando para o alto comecei a conversar com o Dono da chuva.
O Senhor dos relâmpagos.
O Artesão dos raios.
O dia tinha se fundido com a noite e o céu se cobriu com um manto negro parecendo estar de luto e a chuva parecia lagrimas de um Deus natureza dando os últimos suspiros de agonia.
E os relâmpagos pareciam faíscas saindo dos olhos de um Deus escrevendo com fogo que o espaço não depósito de sucatas espaciais e que a terra não foi criada para ser um lixão a céu aberto.
E um raio parecendo lança arremessada do céu parecia querer mostrar que o Criador pode acertar onde e em quem quiser.
O trovão veio como um grito de alerta para o aquecimento global onde o calor e os gases produzidos pelo homem de coração gelado empurram o ar da atmosfera fazendo o clima se tornar inimigo da humanidade.
Se não mudarmos nossa consciência ecológica fatalmente a camada de ozônio será destruída, ozar nosso! (este ozar é trocadilho).
E a demonstração de força da natureza parece não intimidar o bicho homem.
A temperatura se eleva e as geleiras, termômetro natural do mundo vão se derretendo enquanto os governantes insensíveis fazem discurso e mutirão para atender os atingidos pela fúria de quem está sendo destruído.
E a morte de inocentes só sensibiliza no momento da dor, pois todos, preocupados com os afazeres do dia-a-dia esquecem com facilidade os tsunamis e todas as mortes causadas pelas chuvas e todos os mortos castigados pelo calor e que não são vitimas da natureza, são mártires pagando pela morte e destruição do planeta por todos aqueles que acham bonito e chique produzir muito lixo e ainda não aprendeu o significado da palavra reciclar.
Só consegue reciclar o lixo quem recicla sua vida.
Florestas inteiras se transformam em deserto e pastagem.
Rios e córregos e lagoas e riachos são apenas velhos retratos deixados como herança para uma geração que não sabe o que é beber água limpa direto da fonte que brotava aos borbulhões da terra ainda virgem.
E muitos acham que tudo é sensacionalismo, principalmente agora quando uma luta está sendo travada contra a transposição do rio São Francisco para regar terras de grileiros ricos e de políticos corruptos e ignoram as ações de qualquer iniciativa para defender a obra prima do Escultor da vida.
Fingimos não entender que a terra está por um fio e que a vida dos nossos filhos tem tudo para se transformar em um inferno.
Mas como mãe amorosa a natureza quer dar uma chance a todos nós e vai nos levar a um julgamento, o júri foi formado por matas destruídas, rios desviados de seus cursos, animais em extinção, flores pisadas, sementes mortas, vulcões nervosos, chuva ácida, tssunamis assassinos, terremotos estressados, tempestades furiosas, sol escaldante e terra parecendo estufa.
O promotor de acusação não poderia ser outra a não ser a doutora Poluição.
O advogado de defesa do homem só poderia ser o Demo, afinal só ele para explicar tanto lixo jogado na rua, plásticos enfeitando a paisagem invadindo rios e matando peixes, florestas inteiras virando carvão para o enriquecimento de poucos e escravidão de muitos.
Tanto gás produzido para gerar lucro!
Tanta gente morrendo de fome!
Tanta guerra em nome de Deus e patrocinada pelas nações ricas que camuflam ações e fazem propaganda de paz.
O grande Juiz nos olha do alto e vai cobrar tudo isto e muito mais, conhece muito bem o réu, afinal, é cria Sua que em retribuição, há pouco mais de dois mil anos devolveu o seu filho coroado com espinhos, pregado em uma cruz com um lado aberto e um horroroso bafo de fel.
O que esperar deste julgamento?
Se não houver uma mudança radical e global, não dos governantes que se preocupam apenas diante dos holofotes, de todos, para que seja formada uma grande corrente de manifestações a forçar mais investimentos dos países ricos na conservação da natureza e nos paises pobres, que a população morra se preciso, mas expulse dos palácios os governantes que se embebedam todas as noites à custa de miséria e da fome dos filhos da miséria.
O julgamento já está marcado.
O salão do júri é o mundo.
E vamos assistir passivamente sem nos preocuparmos com o veredicto?



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