Usina de Letras

Fui poeta? Sou poeta? Pelo que sei de mim, não fui e não sou bem assim, poeta pronta, mas me faço poeta quando conto ou invento a dor que pára aqui. Passei pela poesia e a poesia passou por mim. Várias vezes nos cruzamos, várias vezes virei o rosto pra ela e ela correu atrás de mim. Outras vezes, corri atrás dela e ela fugiu. Sumiu, escafedeu-se! Agora está presa, virtual, libertada, global e digitada.

Meu nome é Denise Mafra, escrevo desde sempre. Uma vez, estudei. Acadêmica. Depois, esqueci. Fechei o verso, escancarei a vida, sem poesia. Trabalho, rotina, filhos,a escrita dormindo, trabalho, rotina, estudo, filhos, trabalho, a poesia escondida, estudo, filhos. Melhor não tê-los? Mas se não tê-los como sabê-lo? (Foi Vínicius quem disse...)

Agora estou jogando de novo, brincando de escrever nesta usina. Fluxo, impulso, palavras...que pulam, pululam, pulam, pululam...

Poesia, conto, crônica, tenho um pouco de cada e estarei jogando aqui, quando der, para ler e ser lida, escrever e ser escrita...quando der...

Para construir e desmanchar castelos, artesanar e desarticular, pensar e desistir, estou aqui.

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