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Diógenes Pereira de Araújo
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Diógenes Pereira de Araújo
Currículo
Meu "curriculum" é pequeno: advogado - sem exercer no momento -, bancário aposentado, escrevo poemas. Pronto. Está aí. "Curriculum", palavra latina, significa originariamente: corrida, carreira. Assim, ao invés de noticiar a carreira que vivi, vou falar da carreira que pretendo viver, ou seja de meus propósitos, de meus sonhos e aspirações.

Freqüentemente, quase diariamente, tomamos conhecimento, através dos meios de comunicação de acontecimentos marcados por crueldade tão grande que é acima até de nossa capacidade de compreensão, tanto assim que alguns os qualificam de animalesco e outros de selvagens. Pergunto: Quantas vezes já dissemos? Agora não falta mais nada..., e uma outra notícia nos diz que estávamos enganados, que faltava algo de cruel para acontecer. Algumas pessoas aplicam adjetivos que qualifiquem - ou desqualifiquem? - os praticantes de algumas monstruosidades de "animalescos" ou de "selvagens". Injúria, difamação ou calúnia.

Nem animalesco, nem selvagem. Tais comportamento não podem ser qualificados como animalesco porque o animal não pratica a crueldade. O animal não é dotado do livre arbítrio, assim como os seres humanos. Os animais não matam os que são da mesma espécie, sob poucas exceções,. Os animais não caçam nem pescam por prazer, mas somente para conseguir matar a fome. Quando os animais pescam ou caçam eles consomem totalmente a presa abatida.

Os referidos comportamentos também não podem ser chamados de selvagens, pois os selvagens têm aspectos culturais, acrisolados através de milênios de fundamentação, de convivência que os fazem, em aspectos, superiores aos chamados "civilizados".

Vale aprofundar um pouco estas últimas reflexões, trazendo comentários a respeito do selvagens sioux norte-americanos.

VIDA SELVAGEM

"Nos seus oito anos, ela era a mais velha de seis irmãos e tinha
responsabilidade sobre os mais jovens, enquanto os pais se ocupavam do
cultivo do solo.
Uma sua amiga, da reserva sioux, do outro lado da estrada, tão logo teve
oportunidade veio lhe contar a grande novidade:
- Também tenho um irmão!
As duas correram para o interior da barraca de lona. O alvoroço e alegria
das duas crianças soava como barulho: provocou medo para o recém-nascido e estalou
sua reação natural: o choro.
A mãe segurou delicadamente o narizinho entre o polegar e o indicador e, com
a palma da mão, tapou a boca. Fez o choro cessar... Quando a criança
começou a debater-se pela falta de ar a mãe afrouxou a pressão, mas só um
pouco e, ao sinal de mais choro ela repetiu a operação: tapa nariz e boca.
Enquanto isso cantarolava baixinho uma "canção de crescimento" indígena.
A menina branca já percebera que as amiguinhas índias não faziam escarcéu ao
se machucarem. Choravam baixinho.
Desde cedo os selvagens ensinavam aos recém-nascidos a mais importante lição
da secular sabedoria indígena, a de que a ninguém se permitia por em perigo a
vida ou sobrevivência do povo, seja por denunciar a algum inimigo, emboscado,
a localização do grupo, seja por espantar uma caça que poderia vir a ser alimento de inverno para toda a tribo.
Um dia a menina branca perguntou à avó da companheirinha se não haveria
crueldade naquela prática.
- Você jamais verá uma mão se erguer para punir uma criança indígena.
A menina branca já havia observado os rostos severos dos sioux quando,
irados, seus pais batiam nos filhos.
- Cruéis são os brancos. Tratam os filhos como tratariam a inimigos:
subornando, punindo e mimando com frágeis brinquedos. As crianças assim
tratadas crescerão dependentes, sujeitas igualmente a acessos de raiva
incontrolável dentro do ambiente familial e jamais atingirão a maturidade.
Os índios evitavam qualquer excesso de proteção aos jovens ou favoritismo.
Quando o bebê índio começava a engatinhar e se aproximava do fogo permitiam
que se queimasse uma primeira e única vez. Assim aprendia a guardar a
distância necessária desse perigo e nunca mais esqueceria a lição.
O bebê índio com seis semanas já nadava, antes de aprender a andar. A mãe
sabia que a habilidade de nadar era própria de todas as crias: do
cachorrinho, do bufalozinho, do potrinho e da criança igualmente.
A menina branca também viu como a religião permeava toda conduta. A
primeira baforada do cachimbo do conselho e o primeiro bocado de comida de
cada refeição eram oferecidos ao céu, à terra e aos quatro ventos, juntos às Grandes Forças nas quais o homem e a natureza estão unidos em fraternidade.
Num Domingo de manhã a menina branca foi ao riacho apanhar água. Quando ia
se abaixando para apanhá-la ouviu um cântico indígena e rumorejo de água
mais abaixo. Um índio jovem lavava uma camisa azul. Tirava-a da água e a
erguia para o céu. Depois baixava-a em todas as direções, com o ritual com
que se consagrava o cachimbo e a comida. Afastou-se. Mais tarde o jovem
passou a cavalo, trazendo no corpo a camisa azul lavada. Ele ia à Missa na
missão, com uma camisa consagrada, segundo o velho ritual, às Forças do
mundo.
Quando as coisas não corriam bem, a causa não seria a ira sobrenatural e sim
porque o povo e seus chefes não estavam fazendo unidade com as Grandes
Forças. Para retornar ao bom caminho os homens iam jejuar em lugares
elevados, na expectativa de receber orientação.
O índio era um homem livre porque aprendeu desde cedo a disciplinar-se, um
homem feliz por poder dar conta de suas responsabilidades uns para com os
outros e para consigo mesmos como parte integrante, intrínseca e bem
orientada que é de sua comunidade, membro de uma fraternidade vasta o
bastante para abarcar toda a humanidade.
Não é de se admirar que pessoas que conviveram com os índios tenham aceitado
suas divindades, ainda que de maneira distorcida, sem aceitar a disciplina
construída através de gerações, através de necessidades impostas pela
sobrevivência. Aceitaram quando tinha uma revelação melhor: a judaico-cristã. O problema é o referido: falta de auto-disciplina dos "civilizados".
Os indígenas, como povo, davam testemunho de suas divindades. Isto os
cristãos não souberam fazer como comunidades, mas somente como pessoas."

Uma vez que certos comportamento não podem ser chamados de animalescos e nem de selvagens, pergunto: qual seria uma denominação mais correta para tais indesejáveis comportamentos de que -a contra-gosto - tomamos conhecimento?

Antes de responder, gostaria de declarar meu entendimento, no sentido de que os animais são dotados de alma e corpo, enquanto os seres humanos são dotados de espírito, alma (psique ou mente) e corpo.

No meu entender os animais são também racionais. Eles não caem duas vezes no mesmo buraco, ao contrário do ser humano, nem se queimam uma segunda vez no fogo. Não vou me adiantar aqui a dizer que sejam também espirituais, mas afirmo que eles não podem pecar, ao contrário dos seres humanos, pois não têm livre arbítrio.

Os selvagens também não pecam por não terem noção do pecado, mesmo porque eles têm um comportamento sobre o qual, o menos que podemos dizer, é que seja ecológico. Têm comportamentos errados também.

O ser humano tem ou poderia ter ou deveria ter consciência do mal que pratica. Esse mal, como se percebe, é contrário ao bem. Tudo que o ser humano pratica e for contrário ao bem, a cuja prática o ser humano está chamado, merece o nome de diabólico, no seu sentido original, qual seja: de ser oposição ao bem.

MEUS PROPÓSITOS - 2

As pessoas conhecem e sofrem com a situação do Brasil: divisão de bens de maneira
inequitativa, ineficiência governamental, corrupção, escalada da violência,
a opressiva dívida externa, etc.
A Nação norte-americana é um país do primeiro mundo, enquanto o Brasil é um
país do terceiro mundo. Há muitíssima ascendência sobre nós em vários
aspectos, mas também lá, há muita coisa errada e muitos comportamentos
corrosivos que escapam ao controles das instituições e das pessoas. Em
1991 conversei com uma amigo lá residente, pessoa de alto tirocínio
intelectual e espiritual. Ele me informou sobre um conhecido que
ministrava aulas em uma escola primária onde havia 33 crianças, nenhuma das
quais conhecia o pai ou sequer sabia quem fosse.
Na década de 1990, em comparação com as duas anteriores, os Estados Unidos
tiveram aumento de prisões por prática de crimes violentos; as prisões de
adolescente por estupro dobraram; os homicídios cometidos por adolescente
quadruplicaram; o número de suicídios entre adolescente triplicou e também
triplicou o número de menores de quatorze anos vítimas de homicídios.
Haveria outras mazelas a trazer aqui. Meu propósito aqui é primeiro este:
alertar que mesmo nosso modelo norte-americano não vai indo tão bem como
seria de se esperar e desejar, o que demonstra que o poderio
econômico-financeiro não é absoluto para criar oportunidades de vida
realizada, realizadora e feliz para todos. A primeira liberdade, a liberdade econômica eles têm, mas não tem todas liberdades que deveriam se seguir à liberdade econômica.
Se nem lá existem tais bens, que pensar do Brasil? Está sem futuro?, como
já afirma muita gente? desesperançada? sofrendo por isto e com isto?
Todas as pessoas e cada uma delas se constitui numa célula e, como tal, com
aptidão para influenciar o conjunto das células da Nação, assim como a vida
de cada pessoa começou com a fusão de duas células invisíveis.
Importa reiterar que todos e cada um de nós tem a seu alcance produzir
talentos e serviços para melhorar o Brasil. Cada um de nós vêm de duas células invisíveis.
O ideal seria que cada um de nós passássemos por uma transformação profunda.
Penso que, se um grande número de nós passarmos por uma melhora, todo conjunto
há de melhorar e até se poderá gerar uma reação em cadeia que, a final,
resulte em grande bem: um maremoto, no bom sentido. O maremoto é produzido
pela soma dos pequenos ventos a partir da costa oposta ao lugar onde ocorre.
Como fazer?
Castro Alves acreditava na eficácia da distribuição de livros para motivar o
país a melhorar:


Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros à mão cheia
E manda o povo pensar
O livro caindo n´alma
É germe - que faz a palma
É chuva - que faz o mar

Sua intenção é louvável. Louvável mas impraticável. Seria difícil
distribuir milhões de livros e mais difícil ainda que os brasileiros,
hipnotizados como estão por diversões, por TV, saíssem de sua comodidade
para ler, refletir e tomar decisões.
Penso que, com poemas, se poderia por em prática o sonho de Castro Alves.
Ele mesmo, com seu poema "O Navio Negreiro", conseguiu acelerar a
consciência anti-escravagista.
Houve o caso de um livro que exerceu igual e acentuada influência: o romance
A Cabana do Pai Tomás, romance de Harriet Beecher Stowe, nos Estados Unidos.
Note-se: publicou-se no sistema de folhetins, ou seja, o equivalente da
novelas na época. Os tempos eram outros, o país era outro e a diversão era
esta mesma: a leitura, em pequena quantidade periódica do folhetim.

O poema, além de seu pequeno porte, os meus na maioria das vezes, cabível
na tela do monitor, possui também outras vantagens, por exemplo: assim como
as palavras cruzadas, se constituem os poemas numa atividade lúdica com a palavra,
com a diferença de o poema ofertar um sentido de texto, o que não acontece com
as palavras cruzadas.
Enquanto a solução das palavras cruzadas busca palavras insubstituíveis, o
leitor do poema vai observar que o texto se compôs de palavras necessárias.
Algumas insubstituíveis até.

Toda poesia é inspirada, tem por autor imediato, ou por co-autor o Espírito
Santo. Esta afirmação pode parecer ousada mas é verdadeira, assim como é
verdadeiro afirmar que a mão que empunha o revólver é sustentada por Deus,
pois "nele nos movemos e somos".
Os poemas são criações e realizações dentro da integridade do ser humano:
espiritual, intelectual e corporal.
Ao escrever meus poemas evito difundir idéias que não sejam convenientes à
formação do ser humano, a sua integração tríplice.
Após os debates de um congresso, concluiu Alexander Macara, presidente da
Associação Médica do Reino Unido, que, para combater a depressão e a
ansiedade a leitura de poemas é mais terapêutica e infinitamente superior a
qualquer comprimido. Rev. Cláudia, pág. 13, maio/94.
Ao escrever meus poemas tomo o cuidado de ter presente essas afirmações
para que possam ser aptos a produzir os resultados desejados, possíveis e
esperados.
Meu propósito é opinar não
sermos prisioneiros de nossas realidades, sejam nacionais, familiares ou
pessoais. Tudo pode mudar, pode melhorar, desde que queiramos e
que busquemos os caminhos para isto. Existe um caminho à espera de
ser construído, caminho de respeito, de realizações, de empatia, etc.
Talvez sejamos prisioneiros do medo? medo de ser pessoa? medo de quê?
Será que estaríamos mimados pelos meios de comunicação? acomodados?


Diógenes Pereira de Araújo







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