Usina de Letras

Atípico de tudo, nasci Gimnosofista e Analfabeto de pai e mãe. Com esperança, isto é, desesperado por melhorar, estudei, por osmose, o Direto Errado.

Este, por questão de justiça cósmica, de nada me foi útil na vida, pois nunca acreditei nele - são Tomé que sou por defeito de fabricação -, e, pela mesma razão matemática, fui excelente aluno relapso.

Depois, mergulhei fundo na Economia e nela me afoguei perdidamente, porque, incompetente, tornei-me Pródigo.

Compassivo como Hitler, decidi atender a pedidos de profissionais necessitados, submetendo-me, pressuroso, a gargalhantes sessões de Psicanálise e Psicodrama, que terminaram, como previsto pelo papa, com a morte trágica dos terapeutas suicidas.

Essa formação sólida, acrescida de curso de Oratória Emocional e Teatro em Versículos Bíblicos, capacitou-me a virar um brilhante contador de Estórias Sem-Pé-Nem-Cabeça.

À falta de platéia, porém, dei uma cambalhota e passei a contar anedotas ao "staff" médico, que, desavisado, circulava ao meu redor nas várias UTIs de que fui sócio atleta.

Promovido, com louvor!, por ocasião do último Apocalipse, de lavador de pratos a "chef de cuisine", acabo de se agraciado com o prêmio Ignóbil de Culinária, pela incomparável Salada de Literatura Enigmática, Humor Suspeito, Etimologia Experimental, Pseudo-Budismo, Filosofia Anacrônica e Cultura Inútil Generalizada, em que me especializei.

Tudo isso regado com muito gergelim e doses eqüinas de azeite extra-virgem, na vã tentativa de cavalgar eternamente por esse mundão afora.

Livros Publicados:

- Carta de um Viúvo, Ed. Thesaurus, 1998

- Artimanhas de um Economista Pseudo(neo)Budista, Ed. Thesaurus, 2006

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