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IVAN LUÍS CORRÊA DA SILVA
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MINHA HISTÓRIA...

Três dias depois do natal de 1965
nascia eu para uma vida singela,
numa casinha simples
cercada de roça de milho.
No meu quintal tinha
um rego d’água
e um pé de carambola.
Era uma fazendinha típica
do interior de Goiás.
Foi a mulher parteira
quem me arrancou do aconchego
daquele útero.

Meu pai carpia chão
minha mãe socava pilão,
meu pai pedia chuva
minha mãe pedia não,
meu pai calos nas mãos
minha mãe n’alma;
reclamava de tudo.

Lugarejo alegre da infância,
divertia eu afogando
pintainhos no rego d’água,
montando a cavalo
correndo de vacas
passando pinguela
e socando os irmãos;
vivia feliz
correndo à toa
de pés no chão.

Cresci assim:
sem vídeo game,
e sem aula de inglês,
não fiz natação
nem karatê
nem via TV;
assisti desenho
animado com
onze ou doze anos,
época em que
experimentei coca-cola.

Assim mesmo era feliz
aos domingos arraial,
amigos, avós, almoços
futebol, brigas, alvoroço...
nas segundas mutirão,
companheiradas a limpar
roça de milho e feijão;
às dez horas,
sentados nos barrancos
ou no cabo da enxada
comiam arroz, macarrão,
galinha ao molho
feita em fogo de lenha
e panela de ferro.

Quando na tarde chovia,
pescava lobó e outras
tranqueiras no córrego,
era o êxtase da vida.
Naquela fase
não invejava nem
o Presidente americano,
aliás, nem sabia
que existia a América,
não sabia da copa
nem que o Brasil
era bi campeão mundial.

Andava quilômetros
até a escola,
não tinha biblioteca
nem livros,
nem diretora ou merenda;
era um professor
sozinho que vinha da estrada
de chão vermelho
montado numa
bicicleta velha,
tinha, porém, cuidados
de sobra com aqueles
meninos-bichos.

Vizinhos,
Ah! esses eram umas figuras;
tinha o Tunico baixinho
irmão do Inácio lelé
que era irmão do Geraldo ladrão,
tinha o Oliveira
e seu filho Ademar,
que para qualquer dorzinha
vinha logo receitar:
“fumo no umbigo é bão”
e tinha gente que acatava
esse remédio esquisito,
se curava não sei.

Meus pais
que jamais deixaram
faltar o básico,
dando-me sustento, carinho,
senso e responsabilidade;
viram crescer
um homem comum,
prático e responsável,
forjado nas dificuldades,
curtido nas virtudes
e nos exemplos que teve;
lapidado pela vida
não deu brilho forte,
também não se ofuscou
nem tão pouco dilacerou,
vingou.

HOJE SOU ADVOGADO, ASSESSOR JURÍDICO
DA PREFEITURA DA MINHA CIDADE HÁ MAIS DE DEZ ANOS,
ESCREVO POR PURO PRAZER, SEM A MENOR PRETENSÃO, E
QUANDO RECEBO UMA MENSAGEM DE ALGUÉM QUE GOSTOU
DE ALGUM ESCRITO MEU, PARECE QUE SOU ACARICIADO
NO EGO, É A MINHA MAIOR PAGA.
IVAN LUÍS CORRÊA DA SILVA

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