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Infantil-->O TICO-TICO QUE GOSTAVA DE PÃO -- 23/03/2004 - 18:36 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O TICO-TICO QUE GOSTAVA DE PÃO

Era uma vez um tico-tico que vinha todos os dias à varanda de minha casa. Ele aparecia pouco depois de eu tomar café. Ele vinha comer as migalhas de pão que eu jogava fora. Até parecia que ele adivinhava o horário que eu tomava café.
No começo, eu não prestei atenção a ele. Mas com o tempo, eu fui dando conta de que ele aparecia todos os dias. E quando eu percebi isso, eu fiquei muito feliz. Pois daquele momento em diante, eu passei a gostar daquele passarinho. Eu passei a reparar em como ele era especial e em como ele era bonito. Na verdade, eu passei a amá-lo.
Quando eu levantava para tomar café, eu já estava inquieto, com vontade de chegar logo a hora dele aparecer. Por isso, eu tomava café e tirava as casquinhas do pão para tratar dele.
Eu não sabia que nome dar para ele, por isso eu só o chamava de “Meu Passarinho”. Mas eu gostava muito, mas muito mesmo do passarinho.
Ele não demorava muito. Vinha, catava um pouco dos restos de pão e saia voando de barriga cheia. Eu ficava meio escondido, atrás da porta da cozinha, sem me mexer, só para contemplar aquela avezinha tão pequenina e insignificante se alimentando na varanda de minha casa. Mas eu ficava tão feliz, ao vê-lo se alimentar, que meus olhos enchiam de lágrimas.
Ah, como eu gostava daquele passarinho! Ele era livre, podia voar para onde quisesse, mas eu o considerava como meu. Eu nunca pensei em capturá-lo e prendê-lo numa gaiola. Não! Eu o amava livre e solto na natureza, como todos os animais tem o direito de ser.
Talvez por isso ele não tinha medo de vir se alimentar na minha casa. Porque no fundo ele sabia que eu não ia lhe fazer nenhum mau.
Todos os dias eu o esperava chegar e comer. E quando ele se atrasava, eu ficava preocupado e pensando no que poderia ter acontecido. Ficava achando que talvez ele não viesse mais, que talvez ele tivesse sido capturado por algum desalmado, ou até que algum moleque travesso, que gosta de fazer maldades, tivesse matado-o com uma estilingada. Mas quando ele aparecia, eu me sentia aliviado.
Certo dia ele não apareceu. Eu fiquei esperando por mais de uma hora e nada dele aparecer. Fiquei muito triste, sentia uma forte dor no meu peito e uma vontade grande de chorar.
No outro dia ele também não apareceu. Então eu temi pelo pior: alguém havia matado o meu passarinho.
Mas naquele dia mesmo à tarde, fiquei sabendo que alguns moleques haviam capturado um passarinho, e que este passarinho estava preso numa gaiola na casa de um deles.
Na mesma hora procurei saber onde era essa casa. Fui até lá e pedi para ver o tal passarinho.
E qual foi a minha surpresa? Reconheci imediatamente o meu passarinho.
Fiquei muito feliz por ele estar vivo, mas ao mesmo tempo fiquei triste por vê-lo preso naquele lugar apertado, onde não dava para ele voar.
Depois de insisti muito, consegui comprar o passarinho por um valor muito acima do que qualquer outra pessoa pagaria por uma pássaro. E assim eu o trouxe para minha casa.
Ele até parecia me reconhecer. Porque eu via que ele também estava feliz em me ver e estar comigo. E eu então nem podia me conter de felicidade.
Quando cheguei a casa, a primeira coisa que fiz foi soltá-lo. Não me importava o quanto havia pago por ele. Eu não o tinha comprado para mantê-lo preso em minha casa. Eu havia comprado a sua liberdade.
Quando eu o soltei, ele deu uma volta pela varanda e depois voou para longe. Eu não o vi mais naquele dia. Mas não estava triste por isso; pelo contrário, eu estava feliz por saber que ele estava livre novamente.
No outro dia eu esperei pelo seu retorno. E ele voltou e comeu os restos de pão que eu havia deixado para ele. Mas dessa vez ele não teve mais medo de mim. Tanto é que ele veio comer na minha mão.
E assim todos os dias eu sabia que nunca precisava me sentir sozinho, pois eu tinha um amigo que gostava de mim tanto quanto eu gostava dele. E todos os dias eu passei a tomar café na varanda. E ele vinha voando todo feliz e faceiro, e nós tomávamos café juntos: eu tomando café, leite e comendo pão, e ele catando as migalhas de pão que eu jogava para ele no chão.
Até hoje, depois de muitos anos, ele ainda vem comer em minha varanda. Mas agora ele não vem mais sozinho. Agora ela traz a sua familia.
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