Não acredito que já se nasça com a sorte traçada...
Uns para sofrer, outros para ser felizes e viver na abundância.
Creio mesmo é que somos produto de um esforço pessoal.
E, por alguma força que desconhecemos, alguns demoram mais que outros
para conseguir seus objetivos pela simples razão de não saber seguramente ainda o que querem.
Mas podem chegar lá se persistirem.
Os erros que se operam na consecução desses objetivos não estão na natureza ou na escolha de Deus. Este dá a todos com a mesma fartura. Os caminhos estão aí, para serem trilhados.
Acredito, e por experiência própria, que a nossa visão das coisas, em determinados momentos, é que não está muito clara. E isso tende a nos desviar de nossas metas, atrasando-nos a chegada. Mas qualquer equívoco vale o aprendizado.
Foi sábio Camões, quando disse “As coisas árduas e lustrosas só se alcançam com trabalho e com fadiga”.
Realmente, não teria a menor graça, obtermos as coisas de “mão-beijada”.
Nada se compara ao sabor de conseguirmos as coisas por esforço próprio. E lembra-me aqui a passagem de O Pequeno Príncipe, que relata a alegria de (ele e o piloto) encontrarem um poço no deserto, após longa caminhada ao sol escaldante. Não era propriamente a água que tinha SABOR, mas o fato dessa mesma água ter nascido do esforço do braço, ao puxar a corda e a roldana, que lhe mataria a sede, não só do corpo, mas do coração. “A água é boa para o coração”, dizia ele.
Esta é uma “questão” de amor.
E aquela história de “não deixar para amanhã o que se pode fazer hoje” não deve ser levada tão a sério... Às vezes, como disse Fernando Pessoa, “Ai que prazer ter um livro pra ler e não o fazer...” Desviar a atenção dos compromissos que nos avassalam os nervos pode ser benéfico, naquele momento de atropelo. Depois, então, com mais calma, as coisas não terão o aspecto assustador que pareciam ter naquele momento “tenso”.
Assim é a vida. Fácil de levar, se observarmos o equilíbrio das coisas, nas horas certas. Basta, para isso, boa vontade e olhos abertos, para não se deixarem escapar as oportunidades que passam, às vezes, ao encontro de nossas mãos incautas e que, uma vez perdidas, dificilmente vão repetir-se.
Mas a vida é assim. E é por isso que eu digo: