Você que briga com o vento, só porque ele te assanha o cabelo! Que trás de dentro de si, sentimentos primitivos de vingança, que liberta as ternuras ao ouvir o sino dobrar, que se enternece e chora, mas consegue odiar desnecessariamente, me responda: - Quantas habitam em ti medusa? O teu íntimo pensamento revanchista, acrescido de enganos pessoais, agregados aos fatores de complexos, que independem da tua própria personalidade; nessa ingrata luta interior, entre as entidades que te habitam, a mais imperfeita está vencendo, se encarregando de disseminar o mal. – Quem é você medusa? Porque chama para si todas as mazelas, como se todas fossem para você, sendo sua própria antítese, se promove a grande custo de caráter, quando imagina falsidades e acredita nelas as tornando verdadeiras. Sente-se feliz assim medusa negra? Porque tenta dividir uma felicidade inexistente, querendo acumular carinho onde não há, entre seus erros e acertos, você está sempre sozinha, com um espírito empobrecido por gestos decadentes, numa masturbação intelectual sem nenhum resultado prático. Porque se engana tanto assim medusa? No mais triste e melancólico sonho, vive a medusa; seguindo seus passos trôpegos e escandalosos, transformando simples sonhos, em pesadelos desesperados, mergulhando no seu próprio inferno imaginário. Acorda medusa, a vida real te espera.