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Artigos-->Quando as estatisticas nao valem (*Tereza Campello) -- 04/08/2002 - 19:31 (rodrigo guedes coelho) |
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Quando as estatísticas não valem (*Tereza Campello)
Sexta-feira, 02 de Agosto de 2002 - 17:00
As estatísticas que medem resultados econômicos e sociais do Estado têm sido
tratadas em algumas discussões públicas como se fossem dados banais e
desimportantes. Num país tão carente de indicadores, qual o interesse em
banalizar registros e estatísticas?
O debate sobre os números da saúde pública no RS é elucidativo da questão.
Frente ao vertiginoso crescimento dos gastos em saúde pelo governo, abriu-se
uma discussão sobre valores empenhados ou pagos, média e índices de
atualização.
Esta "celeuma" é desnecessária, porque não se pode contestar a prioridade
dada à saúde a partir de 99. Os gastos são substancialmente superiores a
qualquer gasto em saúde, em qualquer período da história do Estado e com
qualquer critério técnico, em valores atuais, absolutos, ou relativos. De 99
a 2001, foram comprometidos com a saúde R$ 600 milhões (ou 61%) a mais que
em igual período do governo anterior, se considerarmos valores absolutos
atualizados para maio (IGP/DI). Ou R$ R$ 400 milhões a mais, se considerados
os valores efetivamente pagos - o que eqüivale a um ano a mais de gastos em
saúde. Os dados relativos refletem a mesma superioridade: 5,9% contra 10,7%
da Receita Tributária Líquida.
Importante seria reconhecer esta conquista, que significou uma revolução no
sistema de financiamento e reconstrução da rede pública de saúde no RS, hoje
reconhecida no Brasil por todos os setores técnicos, inclusive pelo
Ministério da Saúde. Não fosse a situação de calamidade em que se encontrava
a rede, já estaríamos sentindo os efeitos desta injeção de verbas e da
contratação de servidores. Foi interrompida a redução de leitos SUS (antes
foram fechados 1.350) e garantimos a abertura de mais de 400 leitos. Os
números interessam, sim.
Outro exemplo absurdo da tentativa de banalização da realidade vem do debate
sobre crescimento econômico no RS a partir de 99. O PIB/RS cresceu 11% no
triênio 99/01, contra apenas 0,8% nos quatro anos anteriores (dados
IBGE/FEE - a série é divulgada há três décadas). Não é sério atribuir este
crescimento à GM, que opera apenas desde julho de 2000.
Mas é insustentável e um acinte à memória dos empresários supor um
crescimento do RS de 95 a 98 em patamar de 12%, similar aos três anos do
atual governo, seja lá qual critério for, como referido por alguns técnicos
da Fiergs. Naquele período, o Rio Grande ficou mais pobre e a renda per
capita caiu 3,9%. O setor coureiro-calçadista gaúcho amargou com a
sobrevalorização artificial do real e o de auto-peças, com o impacto da
abertura comercial indiscriminada.
O setor de alimentos - em especial as conservas, a cadeia do leite e a
vitivinicultura - foi duramente pressionado e exposto à concorrência desleal
dos importados.
Se o passado for lembrado veremos que o PT reivindicou a alteração da
política cambial de FHC, defendendo nossos empregos e a matriz econômica do
RS. Comparar os resultados efetivos dos que governam é exercitar um direito
de cidadania e valorizar a história.
(*Economista)
http://www.estado.rs.gov.br/welcome.php
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