Petista diz que Benedita será a maior conquista dos brasileiros depois da Abolição da Escravatura
Terça, 6 de Agosto de 2002.
Em minicomício na Praça da Emancipação, no Centro de Duque de Caxias, o candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu à população que olhe para a candidata do partido ao Governo do estado, Benedita da Silva, como o povo da África do Sul olhava para o ex-presidente Nelson Mandela. “Pedimos que ela fosse candidata à reeleição, porque será a maior conquista dos negros do Brasil depois da Abolição da Escravatura”, exagerou o presidenciável, que exerceu o papel de cabo eleitoral de Bené na Baixada.
Lula também alfinetou, indiretamente, o governo de Anthony Garotinho, explicando que Bené tem um tempo escasso para desfazer os desmandos cometidos no estado. “Sou católico e não posso acreditar que pessoas utilizem o nome de Deus em vão. Estou cansado de ouvir pessoas mentindo em nome de Deus”, afirmou, antes de seguir para o comício de Mesquita, que incluiu uma parada na Casa do Alemão, onde o petista trocou de camisa, comeu pão com lingüiça, bebeu uma Malzebier, um cafezinho e ainda fumou um charuto.
O candidato, que na parte da tarde esteve no Saara, no Centro, para uma entrevista à rádio local, propôs também aos pequenos e médios comerciantes a criação de uma cooperativa de crédito, com a intenção de fugir das altas taxas de juros. “Por que aqui no Saara vocês não podem criar uma cooperativa para se auto-emprestarem dinheiro a 2,5% ao mês?”, sugeriu.
Petista promete empregos para combater criminalidade
Quanto à segurança, o petista defendeu o investimento na instituição policial e na geração de empregos para combater a criminalidade. “A segurança pública vai melhorar, substancialmente, quando não tivermos mais 53 milhões de brasileiros passando fome. Hoje, o crime organizado é uma indústria que tem seu braço político na polícia, no Judiciário, no Congresso, na Federação das Indústrias”, disse.
De manhã, o candidato esteve em São Paulo para um conversa com empresários na Federação das Indústrias do estado (Fiesp). Prometeu, caso eleito, fazer um governo de reconciliação, afirmando que há pontos em comum entre a proposta da Federação e a do PT.