A vida deve ser vivida com serenidade, sorvendo-se os minutos como quem se delicia com um copo d’água, gole a gole para não provocar engasgos.
Jamais devemos nos apressar ou querer forçar os acontecimentos.
É preciso, antes, gastar o tempo com sovinice, para não caminhar sofregamente para o “stress” .
O bom da vida, na verdade, é flanar, é curtir, é viver intensamente, distinguindo-se as cores mágicas de cada dia que nasce, com as suas características intrínsecas diferentes de outro dia.
Miremo-nos no exemplo do Pequeno Príncipe de Exupèry, que comentou para o homem apressado que se dispusesse daquele tempo, gasta-lo-ia caminhando passo a passo rumo ao poço para buscar água e , ao depois, iria beber o líquido, não sem antes ouvir o rangido da corda na roldana e o barulho característico da água caindo no balde...
Para que correr, precipitar as coisas, agitar o coração e a mente, fazer o sangue turbilhonar nas veias, provocar descargas inúteis de adrenalina?
O conselho não se confunde com a irresponsabilidade nem com a filosofia do dolce far niente.
Absolutamente, não estamos pregando a indiferença ao tempo nem o desprezo pelos deveres comezinhos.
Queremos ressaltar, apenas, a desnecessidade da angústia cotidiana, da psicose do relógio que provocam uma escravatura terrível de suplantar.
Imprima à sua vida um ritmo constante de aceleração média(a virtude está no meio) e as coisas todas serão resolvidas oportunamente.
Quando a gente imprime ao comboio da vida um ritmo alucinante, consequentemente, vamos perdendo as coisas simples que nos rodeiam no dia-a-dia e que nos são dadas todas de graça e que, na verdade, são as melhores coisas da vida