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Artigos-->FERNANDO HENRIQUE E OS CANDIDATOS -- 14/08/2002 - 09:16 (rodrigo guedes coelho) |
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FERNANDO HENRIQUE E OS CANDIDATOS
Laerte Braga
O período FHC acabou. Os “negócios” agora estão sendo conduzidos
diretamente pela dupla Malan e Armínio Fraga, principais operadores do
sistema financeiro internacional no Brasil. O papel do suposto ator
principal não reserva nem beijo na mocinha no final. É só olhar os índices
de José Serra, seu candidato.
O convite feito aos candidatos para uma conversa sobre a transição
de governos (?) é mero jogo de cena de quem percebe o fim e tenta
transformá-lo em algo mais que happy end: em momento épico. Nem uma coisa e
nem outra. Chegaremos aos oito anos de Fernando Henrique exatamente como o
candidato do PT definiu: “...perdeu a oportunidade de ser um grande
presidente, só preocupou-se com reeleição e em executar o modelo neo liberal”.
FHC atribui-se, pois, um papel que não exerce mais: o de
comandante de um barco que afunda a todos os dias. Do alto da faixa
presidencial, que gosta de ostentar, do espelho mágico, que responde
elogiosamente a todas as suas perguntas, é o retrato da mediocridade de
quem supunha-se o maior, o melhor, ou como vive repetindo Serra: “sou o
mais preparado”.
A entrevista do laranja colocado na presidência da República pelos
donos do mundo fala em “responsabilidade dos candidatos nos compromissos
com a manutenção da estabilidade”. É um dos piores momentos de qualquer
governo ruim. A pretensão de achar-se, ainda, princípio, meio e fim.
Responsabilidade em quê?
No desastre que foram as privatizações? O BNDES subsidia, ou as
agências financeiras do dito governo, todas as companhias do setor de
energia elétrica e de telefonia e o dinheiro, a tal “montanha de dinheiro”
que Ciro Gomes falou, foi para pagar a dívida externa, sem gerar uma única
riqueza, pelo contrário, depredar o patrimônio público.
Na corrupção entranhada até a medula em todas as esferas do tal
governo, a começar pelo próprio e família (genros então... Embora se diga
que genro e cunhado não são parentes)? Parte intrínseca do processo de
transformação do Brasil em mera província do império norte-americano?
No abandono da saúde pública em favor dos grandes grupos que
operam o setor? No processo de liquidação da universidade pública em favor
do projeto do Banco Mundial de formar apertadores de parafuso para atender
às necessidades do capitalismo?
Dóceis apertadores de parafusos, sujeitos transformados em
consumidores/objetos?
Na mentira de José Serra, que espalha pelo Brasil out doors
proclamando ter criado isso, aquilo e tendo que retirá-los às
pressas, pois o criador foi José Sarney Cúmulo da esculhambação, até Sarney!
Nas grossas e polpudas verbas que transformaram os principais
veículos de comunicações do País em agências oficiais de notícias e sequer
tocam em temas de relevância como ALCA ou o acordo militar com os Estados
Unidos que, aliados ao SIVAM (monitoramento da Amazônia por radares),
consumam a entrega do Brasil?
No apoio que deu a Fujimori quando este tentou e conseguiu, pela
fraude, seu terceiro mandato, na expectativa de conseguir ele também?
FHC transformou-se nesses quase oito anos numa figura ridícula.
Medíocre e mesquinha.
Passa à história como o “presidente” “goela grande”, como dizia
Tancredo Neves. Aquele que fala, fala, impressiona a todos e não é mais que
um grande blefe, ou uma grande impostura.
Pouco importa que os candidatos conversem ou não com FHC. É só o
cuidado com eventuais tentativas de exploração do fato, assim no estilo,
“Deus falou”.
Não há o que conversar, a não ser Serra. Deveriam fazê-lo, ele e
seu criador, no muro das lamentações e levar com eles Henry Sobel, o “pit
bull da fé”. Quem sabe?
O tal pacote do FMI revelou-se o grande embuste que até Delfim
Neto denunciou. Não resolve coisa alguma. Pelo contrário. O jornalista Luís
Nassif revela em sua coluna de 13 de agosto no jornal “Folha de São Paulo”,
caderno “Dinheiro”, página 3, que uma das exigências do Fundo foi afastar
um consórcio da concorrência para a compra de novos aviões para a
FAB Força Aérea Brasileira e enfiar outro, que não representa riscos para
o controle que os norte-americanos exercem sobre essa imensa província na
América do Sul. Por risco leia-se transferência de tecnologia para a EMBRAER.
Não foi ajuda. Mas uma camisa de força que está-se buscando impor
diante de uma eventual vitória de Lula, ou de um alucinado como Ciro Gomes.
Uma incógnita, mas ladeado por ACM e Bornhausen, homens do esquema dos
banqueiros. Eles próprios banqueiros.
Essa conversa proposta lembra-me uma frase trazida há poucos dias
por uma amiga num debate pela rede mundial de computadores. É de Groucho
Marx: “todo mundo tem que crer em alguma coisa... Creio que vou tomar uma
cerveja”.
FHC crê que é presidente.
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