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Artigos-->Ingovernáveis: proposta para um manifesto -- 14/08/2002 - 20:03 (rodrigo guedes coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No Brasil a dois meses das eleições em 2002, o Capitalismo Global dentro de um quadro internacional de “guerra ao terrorismo, combate ao tráfico de drogas e intervenções militares humanitárias”, avança suas garras afiadas contra os trabalhadores do mundo inteiro.

Dívida externa e interna, carga tributária, desvalorização da moeda, recessão econômica, desregulamentação dos direitos trabalhistas, privatização da saúde, sucateamento do ensino, juros e aluguéis altos, carestia, violência, desemprego em massa, miséria, mortalidade e incertezas; tudo isso dentro de um projeto de manipulação da classe dominante através da mídia.



Com o clima de “terror e violência” é gerado o aumento da instabilidade social patrocinada pelos próprios Governos, suas “quadrilhas” do Poder, suas políticas e seu Sistema Econômico com o objetivo de massacrar os trabalhadores destruindo a economia popular e o patrimônio público, causando verdadeiro genocídio social.



A mídia é utilizada para mascarar a realidade produzida pelo Capitalismo legitimando diante da sociedade a militarização do cotidiano por meio do aumento da presença do aparato burocrático, penal e militar do E$tado. Sua consequência social é a de maior exploração e destruição dos direitos humanos que resulta no aniquilamento da capacidade de @uto-organização dos trabalhadores.



O E$tado vê a sociedade de uma forma desigual, pois se sustenta na dominação e na opressão. Quem fala na conquista do poder político fala na manutenção disso. Daí explica-se como e porque os políticos “mais radicais”, os “rebeldes” mais violentos se tornaram conservadores assim que conquistaram o Poder.



O E$tado representando a hegemonia de um segmento da classe dominante através do processo eleitoral, sempre constituiu o instrumento para perpetuar a autoridade dos governos e dos patrões, como senhores absolutos, sem abrir caminho para o povo @uto-governar-se.



O Voto e as Eleições são vendidos como “alternativa” para enfrentar isso.



O voto não tem responsabilidade direta com o aumento da liberdade individual, tão pouco com os interesses coletivos, tem servido apenas como objeto de troca por benefícios, joguete na mão de políticos, profissionais acostumados à prática do voto vendido de seus currais eleitorais.



Toda a decepção está no desconhecimento de que a Constituição de todos os Estados tem sua origem na exploração e não na organização social. Daí a ilusão, com o sistema representativo, de que um governo e uma legislação surgidos do Voto e de uma Eleição, poderiam representar a verdadeira vontade dos trabalhadores.



A contradição histórica fica evidente quando se encerra a contagem dos votos e anunciados os vencedores revela-se aos derrotados, o povo, o preço a pagar aos donos da festa, ávidos em recuperar seus investimentos de campanha.



Os trabalhadores, produtores de toda a riqueza social, ficarão fora das decisões que darão rumo as suas vidas, pois sua importância fica resumida apenas no voto, mercadoria barata para as oligarquias políticas e seus agentes que utilizam todos os meios que possuem para garantirem privilégios e lucros.



O que eles não dizem é que o voto garante que tudo fique como está.



Participar do “circo eleitoral” ou omitir-se sem contestar desconhecendo a importância de atacar a fragilidade da burguesia nesse momento de reorganização dos grupos do Poder, significa aceitar a dominação do Sistema Econômico gerador da exploração e da miséria que “democraticamente” escraviza e divide os trabalhadores.



VOTAR NULO passa a ser uma expressão do trabalhador consciente que não está disposto a vender a sua capacidade de construir uma verdadeira sociedade, livre, solidária, e igual para todos, sem políticos ou representantes.



Essa não é meramente uma posição pessoal e “despolitizada”, quando entendemos que é preciso atacar o Poder, consolidando a campanha do VOTO NULO como AÇÃO DIRETA enfrentando o E$tado e seu sistema representativo e partidário.



Quando mais de 50% da sociedade rejeita a legitimidade da Ordem Social vigente, o VOTAR NULO CONSCIENTE, somado ao coeficiente dos votos em branco e as abstenções; é o indicador dessa rejeição.



Não é a toa que as forças reacionárias reagem com furor diante da Campanha do VOTO NULO, legítima manifestação daqueles que expressam diretamente o seu desacordo com o “jogo” estabelecido, sem delegar aos políticos a sua capacidade de dirigirem suas vidas.



Além de rejeitarmos os políticos e suas instituições através do VOTO NULO, consideramos a necessidade de discutirmos ao nível da sociedade, a construção de um novo modelo de organização social que realize uma mudança estrutural e acabe com o parasitismo social.



Os políticos e os burocratas governamentais que atuam como atravessadores entre a Economia e a Sociedade devem ser substituídos pelos próprios TRABALHADORES, por meio do COLETIVISMO SINDICAL REVOLUCIONÁRIO decidido em suas Assembléias, organizados pela base, nos locais de trabalho e de moradia, sem intermediários, na CONSTRUÇÃO de uma maneira mais transparente e eficiente de exercer a responsabilidade social.



A mudança efetuada nesse sentido, representa é radical e profunda, muito além, do que trocar os representantes do Poder.



NINGUÉM TRABALHA POR TI, QUE NINGUÉM DECIDA POR TI!



É clara a consciência de que só é possível a construção de um novo modelo histórico, econômico e social tendo como princípio a SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES com a destruição completa deste sistema que manipula a História, destrói a Vida, compromete o presente e o futuro da humanidade.



ENQUANTO EXISTIR DESIGUALDADE ECONÔMICA E SOCIAL A LIBERDADE E A IGUALDADE POLÍTICA SERÃO UMA MENTIRA!







PARA ANULAR SEU VOTO DIGITE 9 (NOVE) TODAS AS VEZES.



VOTE NULO NÃO SUSTENTE PARASITA.



MOVIMENTO PELO VOTO NULO!





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