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Artigos-->Mesa Redonda de Usineiros - Um conto maldito VIII -- 15/08/2002 - 18:12 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mesa Redonda de Usineiros - Um conto maldito VII





“Saidinha” pensou Ayra ao sair. Se eu retornar sorrindo vão pensar que é cocaína na certa, mas pensem o que quiser, não se entende o que eu falo mesmo. Procurou uma galha para urinar, meio com medo de botar o pinto para fora alí na rua das putas, afinal gegê corta até alma cristã. Urinou - e devido a embriagues acrescentarei um “se” a este ato quando viu chegar um grupo caracterizado, chapéu de couro, peixeiras em punho e nada felizes.



- Opa! Calma aí, sem empurrar.

- Diga aí o tal garrote, onde eu posso encontrar um caboclo popular. O alcunhado de Quixote.

- E o sujeito quem é? Diga mais do que ligeiro, pois se eu me ofender eu te corto por inteiro.

- Meu nome é diminutivo, Manezinho lá de Icó. Mas não sou aperitivo e até em cobra sei dar nó.

- Entre lá, ô referido, tu e esses de chapéu. Guarde a peixeira “destemido”, tu e essa gangue cordel.



Manezinho entrou e procurou, procurou até que encontrou Daniel Fiuza com uma tromba dantesca.

- Que tromba é essa Daniel, a que diabo te alia?

- É o tal Torre da Guia. Veio trazer meu sofrimento, e garanto que um dia acabo com esse jumento. Assim santa Maria lá no novo testamento.

- Homem senta e te anima, perder a mulher não rima, vai beber e conversar e bote o queixo pra cima pra esse povo não notar.



Em outra mesa

– Que shita conteshendo? – Pergunta um Milene que ardia em fogo e, literalmente de fogo, cambaleia e cai nos braços de Torre da Guia.

- Froiti... como você tá engraçadinhu... – Passa o dedo indicador na ponta do nariz de Torre.

- Não minha musa eu...

- Shiiiii!!! Voshe num fala. No máxmo... no máxshismo... no máximo você diz “humhum” – e cai na gargalhada.

- Hum!Hum!

- Aí, no meu shonhu eu subi na vesa e dancei e fui tirando a roupa...

- E estava linda... digo... Hum!Hum!

- Eu... ui! – escorregando na longa minuta de mudanças feita por Domingos numa quarta-feira enforcada.

- Olha é, embriagada... típico dos poetas. – Disse Domingos, chefe de sua gangue. Todos com os cabelos embebido em gel e carregando suas canetas de várias cores nas camisas sociais, pareceriam inofensivos se não bebessem Vodka e fumasse como caiporas. Domingos entre eles parecia um Antônio Conselheiro hi-teck. Sujeito gordo e de papadas enormes embaixo do queixo, cujas escondia com a barba.

- Shi eu num estivesse embriagada eu iscreveria um poema shobre rosas, pra moshtrar minha indifereunça pela a você...

Torre da Guia puxa Milene pelo braço e saem rindo e cantando e rescitando Fernando Pessoa “Fiz de mim o que não pude...” “I o qui putia fazer de mim, domino viradu... era...era...hahahahah!”.



Domingos sentou-se com seus correligionários na mesa central, ficara entre Dom Kless e Vitória numa mesa a esquerda e Lumonê e Saul Gonçalves na direita... mas para o final entraram em acordo e decidiram trocar de lugar. Ayra-on decide ficar no balcão do atendente – descobriu a pouco que falava devanês e que compreendia o que falavam mas não se entendia o que ele dizia. O som era mesclado com música para uma puta meio velha se rebolar para o Denilson que já havia largado o surrealista em um canto. Félix papeava com Juninho sobre velhos tempos de usina. Morreram de rir quando Juninho disse “é verdade, relembrar é preciso”. ZPA sentou-se ao meu lado falou com o garçom:

- Pardon garçom, tem frango a passarinho?

- Com pedra ou sem? Respondeu ayra-on que estava de costas e se envergou para rir.

- Não que esse é pra cagar nas cabeças. Riram juntos. Ayra pensou o quanto era estranho. ZPA parecia tão sério, aquele engravatado revisor de jornal cujos ésses e érres e jotas e ceagas mostravam-se mixados de maneira impar também tinha um humor mais mordaz.



Na distração Ayra começou a captar o que escutava:

- Duas horas e...

- Uma Minuta. Uma minuta para mudar o...

- Sexo...

- ... Castro ou...

- Porque...

- Tinha forma de estrela... e era enorme...

- Mas Delfim...

- Para...

- Jogar esse velho fora e fazer uso dessa aqui novinha.*



Ayra-on dá uma risadinha e pensa “taí um dialogo escroto... ah, ninguém vai entender mesmo”.





Continu(em)(a)



- Duas horas e onze minutos. Disse Lumoné a Contrera que se despedia.

- Uma Minuta. Uma minuta para mudar o site. Precisamos de mudança. Disse Domingos aos outros da mesa.

- Sexo... sexo, sexo e mais sexo Kilandra... a noite toda, o dia todo, sem parar. Denilson se gabava para Kilandra.

- Fidel Castro ou Lula para o segundo turno? Acho que voto nulo. Kless ri da brincadeira feita por Victória.

- Porque. Já é dia... tenho mulher e filho, despede-se Daniel Fiuza.

- Tinha forma de estrela... e era enorme. Saul Gonçalves orgulhoso falava de uma bandeira de seu partido em frente a seu apartamento na Asa Sul.

- Mas Delfim acabou com a economia. Domingos já em outro assunto, ele que tão bem sabe falar sobre tudo.

- Para Denilson, sexo só no eróticos... Kilandra ri de Denilson, o selecionado.

Jogar esse velho fora e fazer uso dessa aqui novinha. Essa usina que esboçamos no papel é novinha e funcional. Diz Domingos.

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