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Artigos-->Falácia -- 20/08/2002 - 10:50 (rodrigo guedes coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quantas vezes esperamos que as outras pessoas tenham um comportamento semelhante ao nosso, principalmente diante de situações que nos angustiam, e nas quais depositamos excessiva expectativa. E qual é a nossa surpresa quando percebemos que o outro, muitas e muitas vezes, age completamente diferente de nós, decepcionando-nos profundamente. Segue por outros rumos, trilha outros caminhos, guia-se por orientações diversas. É; cada um tem o seu ponto de vista, seu parâmetro quanto a determinada situação. Por mais que tentemos adivinhar o que se passa na cabeça do outro, somente ele mesmo (e, às vezes, nem ele) sabe o que se passa interiormente. Normalmente, os discursos impressionam. Como discursos, entenda aqui, tudo o que as pessoas proclamam aos "quatro ventos" como sendo seu modo de agir e pensar. Muitos preocupam-se em sensibilizar o outro, quase sempre através do temor ou da admiração. Quantos se deleitam por serem estimados e apreciados pela população em geral ou, simplesmente, alguém em particular? E para isso fazem qualquer coisa, posando de bacana e bonzinho, auxiliando obras de caridade em profusão e alardeado suas contribuições beneméritas.



Falam muito, falam demais, muito mais do que deveriam falar. Enganam, iludem, confundem quem ouve e, não raras vezes, acredita em tudo o que é exposto. Inúmeros políticos são assim. Inúmeras pessoas são assim. Como diz minha mãe: "tem gente que fala porque a boca mexe". Não importa o que é dito, se verdadeiro ou falso, importa dizer. E através da expressão verbal, contagiar multidões ou mesmo um pequeno universo. Algo suficiente para envaidecer e orgulhar. Fazer chamar a atenção. Trazer para o centro quem poderia estar longe e esquecido. Brincar de aparecer e rir muito pra mostrar felicidade, convencendo-nos que bom mesmo é ser assim, como essa pessoa.



Vocês já perceberam a necessidade de tantos em aparecer, projetar-se, estar em evidência? Nada como ter seu minutinho de fama, seja no morro ou na esplanada, seja no bar com os amigos, em casa com a família, no "big brother brasil" ou escrevendo artigo sobre a falácia (risos). Na verdade, a maioria das pessoas gosta de ser reconhecida, aceita, admirada. O que diferencia uns dos outros é a forma como buscam tal admiração e reconhecimento. Alguns não medem conseqüências e ultrapassam todos os limites do bom senso. Brincam com os sentimentos e crenças alheias. Criam apreensões, destroem sonhos, plantam inimizades e desconfianças. Tudo sem a menor necessidade. Somente para chamar a atenção sobre a sua pessoa. Quando a tempestade passa, muitos voltam a ser anônimos, entretanto, fica o rastro da devastação por onde quer que se tenha passado pois, sua conduta, chegou a influenciar outros mais.



Cuidado com esses falaciosos que querem apenas iludir você. Centre-se no seu senso crítico, avaliando minuciosamente o que lhe convém, o que lhe faz bem, o que lhe soa como natural e proveitoso, tranqüilizando seu coração. Fuja dos sobressaltos, da tirania, da vileza que certas pessoas são capazes de impor com a sua forma de falar, agir e relacionar-se. Opte pela transparência de idéias, pelo sorriso autêntico, olho no olho, firmes apertos de mão. Nem bom nem mau, apenas o que verdadeiramente se é. Admiração e repugnância vão continuar havendo pois ninguém está livre disso. Como esclareci logo no início, os parâmetros são variados. Não há como agradar a "gregos e troianos", mas pode-se tentar viver em maior sintonia com os próprios valores, sem deixar que eles nos sejam impostos pelo falador contumaz. Quanto ao seu minutinho de fama, ele virá com certeza. Talvez, não via satélite ou nas manchetes de grandes jornais, mas interiormente, onde existe um espectador precioso e único, capaz de comprazer-se com todas as suas vitórias ainda que, necessariamente, assim não sejam encaradas pelos demais. Bem dentro de você haverá o encontro com o único capaz de efetivamente confortá-lo, seu próprio "eu".



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Maria Regina Canhos Vicentin é psicóloga formada pela USP de Ribeirão Preto.







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