O Brasil subiu duas posições no ranking do 12º Relatório Anual de Desenvolvimento Humano da ONU. O país aparece na 73ª posição da lista de 173 países que fazem parte do relatório. Noruega é exemplo de democracia e tolerância racial.
BBC (Londres)
No ano passado, o Brasil ocupava a 69ª posição, mas se fossem incluídos os 12 novos países que apareceram na lista deste ano, o país estaria na 75ª posição.
A Noruega voltou a ocupar o primeiro lugar da lista, seguida por Suécia, Canadá, Bélgica, Austrália e Estados Unidos – as últimas posições são ocupadas por 24 países africanos, com Sierra Leone em último.
Democracia em risco
Ainda segundo o relatório da ONU, a crescente desigualdade social e a corrupção em todo o mundo estão colocando em risco a democracia instaurada recentemente em vários países.
O Brasil é citado no relatório como um dos paíse em que a desiguadade também aumentou.
Segundo o documento, das 81 nações que avançaram para a democracia nos últimos 20 anos, somente 47 ainda são consideradas democracias totais, com todos os grupos representados no poder.
O péssimo desempenho desses países coincide com governos autoritários ou situações de conflitos internos, principalmente na chamada África Sub-Sahariana, onde, segundo o relatório, há militares intervindo no governo de um em cada quatro países.
"Em todo o mundo, há uma opinião crescente de que a democracia não trouxe desenvolvimentos como mais empregos, escolas e serviços de saúde para as pessoas comuns", afirmou Sakiko Fukuda-Parr, principal autora do documento da ONU.
Mas relatório alega que caminhar para a democracia é uma forma de construir sociedades mais estáveis – rebatendo um argumento levantado pela China, Paquistão e outros países de que o passo lento para a democracia é necessário para manter a ordem.
"O desejo de estabilidade geralmente leva à noção de que regimes não democráticos resistem à perspectiva de uma maior ordem pública e um desenvolvimento econômico mais rápido", disse Fukuda-Parr.
"A História e várias pesquisas acadêmicas não mostraram provas de que regimes autoritários são melhores para trazer progresso social e econômico", afirmou.
Além disso, segundo o relatório, países democráticos têm menos chances de entrar em guerra contra outros.