“Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!”
INTRODUÇÃO
1. O ser humano tem a tendência natural de buscar a sua auto-suficiência ou ser independente. Quando a serpente disse a Eva que se ela comesse do fruto proibido seria igual a Deus, Eva sentiu o desejo de alcançar sua independência do Criador e cedeu à tentação da serpente;
2. Ser auto-suficiente é ser totalmente independente, não necessitando de ajuda de nenhuma espécie para sobreviver. É Ter tudo o que necessita para viver e ser feliz;
3. Ser totalmente auto-suficiente é impossível. Nós temos carências que dependem de outras pessoas para serem satisfeitas. A necessidade de nos se sentirmos amados, a necessidade de nos sentirmos em segurança, a necessidade de nos sentirmos úteis, a necessidade de nos sentirmos parte de uma comunidade e, outras necessidades, sempre dependerão de outras pessoas para serem satisfeitas;
4. Deus, após criar Adão, percebeu que estava só, triste e carente e criou uma mulher para estar ao seu lado. Gênesis 2.18 declara: “Disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma adjutora que esteja ao seu lado”. Sozinho, Adão jamais seria completo, ele precisava de alguém para estar ao seu lado e faze-lo plenamente realizado.
5. Muito embora seja impossível ser auto-suficiente, o ser humano tem a tendência de agir sempre pelos seus próprios olhos, sem levar em conta a vontade de Deus e das pessoas que estão ao seu redor. Ilustração: As crianças instintivamente agem de forma egoísta: não gostam de dividir seus brinquedos, querem ser sempre os primeiros, exigem toda atenção do mundo, não admitem dividir seu “espaço” com outras crianças, etc.
6. O egoísmo faz com que as pessoas se tornem individualistas e insensíveis ao desejo divino de participar de suas vidas. Com o domínio do conhecimento das coisas e a capacidade de utiliza-las, o homem passou a distanciar-se de Deus. O relacionamento com Deus ficou em segundo plano. Busca-lo passou a ser uma hipótese presente apenas em situações de extrema crise;
7. Daí, o profeta condenar a auto-suficiência , porque ela nos distancia de Deus e dos homens.
1. AI DOS QUE SÃO SÁBIOS DIANTE DOS SEUS PRÓPRIOS OLHOS
1.1 – Que é ser sábio diante dos próprios olhos ?
1.1.1 – É ser o “dono” da verdade. É não depender nem de Deus e nem dos semelhantes para viver;
1.1.2 – É enxergar o mundo pela sua própria ótica e não ampliar a visão para discernir a vontade de Deus e os sentimentos das demais pessoas;
1.1.3 – É ser intransigente quando as opiniões dos outros divergem da própria;
1.1.4 – É não ter a sensibilidade para perceber que Deus esta agindo ao nosso redor e que nada passa desapercebido aos seus olhos. Se nossa opinião momentânea não for compartilhada pela maioria das pessoas e ela efetivamente representar a vontade de Deus, , com o tempo, Deus agirá e fará com que a Sua vontade prevaleça;
1.1.5 – É buscar soluções discordantes das orientações bíblicas sobre como deve ser o comportamento do crente. Exemplo: mansidão, temperança, longanimidade, paciência, amor, gratidão, comunhão, etc.
– É não ouvir os outros antes de tomar decisões que venham a afetar a vida da família ou da comunidade. Paulo recomendou em Romanos 12.16 = “Sede unânimes entre vós. Não ambicioneis as coisas altivas, mas acomodai-vos às humildes. Não sejais sábios em vós mesmos.”
1.1.6 – É não buscar na Bíblia, no coração, na família de Deus e nas circunstâncias, evidências que comprovem que a nossa posição pessoal é a correta;
1.1.7 – É colocar os interesses pessoais acima dos interesses da obra de Deus
1.2 - Como a bíblia vê as pessoas que agem assim?
Provérbios 3.7 = “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.”
Provérbios 26.12 = Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no tolo do que nele.”
1 Coríntios 8.12 = “Se alguém pensa saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.”
1.3 – Qual é a conseqüência da auto-suficiência na vida pessoal e na comunidade?
1.3.1 - Perda da comunhão com Deus e dos benefícios dela decorrentes. A nossa comunhão com Deus produz segurança, paz e alegria espiritual;
1.3.2 – Sentimento de vazio na alma e insatisfação pela vida. Todas as conquistas pessoais não preenchem a necessidade de se sentir realizado e feliz;
1.3.3 – Falta de comunhão com as pessoas que estão ao nosso redor. As atitudes individualistas agridem nossos semelhantes e causam brigas constantes;
1.3.4 – Perda da visão do outro. A constante busca da satisfação pessoal obstrui nossa visão das necessidades dos outros. A tendência natural da sociedade é viver segundo os interesses pessoais ou do grupo controlador do poder. A “lei do Gérson” é uma prática comum no cotidiano;
1.3.5 – Quebra da comunhão conjugal e familiar. Ilustração: Imagine se o marido após sair do trabalho, passar primeiro pelo clube para bater uma bola, pelo barzinho da esquina para beber cervejas com os amigos e pelo shopping para fazer compras pessoais. Quando chegar em casa, já não terá qualquer fôlego para dividir suas dificuldades encontradas durante o dia ou para buscar com a esposa a solução dos problemas dos filhos. E se a reciproca também for verdadeira, a esposa tiver atitudes semelhantes ou, se não trabalhar, preocupar-se mais com o capítulo de sua novela preferida ou com o trato de seus cabelos ou unhas, ao invés de investir algum tempo no diálogo ou dando carinho ao seu marido e filhos? Com certeza, o divórcio estará rondando esse casal;
1.3.6 – Quebra da comunhão do Corpo de Cristo e perda da Visão da obra de Deus. Todas as vezes que um membro prioriza sua vontade e não acata com naturalidade a decisão da maioria, rebelando-se na surdina, através de “fofocas maledicentes”, ele produz um ambiente impróprio para que o Espírito Santo aja nos corações e mostre a vontade de Deus.
2. AI DOS QUE SÃO PRUDENTES DIANTE DE SÍ MESMOS
2.1 – Que é ser prudente diante de si mesmo? É ter atitudes preventivas baseadas em interesses pessoais mesquinhos e egoístas.
2.2 - Como isso acontece na prática? Podemos citar várias situações:
2.2.1 – O jovem rei Acaz, diante da Síria unida com o reino do norte contra os assírios, e da ameaça recebida se não se juntasse a eles, ao invés de ouvir a mensagem do profeta que o exortava a confiar em Deus, preferiu buscar a união com a Assíria. Aos olhos de Acaz essa era a melhor maneira de solucionar o problema. Na prática a sua decisão foi desastrosa e causou muito sofrimento a ele e ao seu povo;
2.2.2 – O rei Davi diante da formosura de Bate-Seba que se lavava em frente ao seu palácio, mesmo sabendo que era casada, não hesitou em chama-la para dormir com ele. Logo em seguida, ao saber que estava grávida, mandou que Joabe, seu comandante, lhe enviasse Urias, marido de Bate-Seba, a quem tentou engabelar para que fosse para sua casa e dormisse com sua mulher a fim de que a sua gravidez fosse justificada. Como não conseguiu fazer que ele voltasse para casa, armou devolveu-o ao batalhão com uma carta ao comandante para que fosse colocado à frente da batalha. Joabe seguiu as instruções de Davi e Urias morreu na batalha. Davi, livre de Urias, casou-se com Bate-Seba. Nasceu um menino. Deus, através do profeta Natã condenou a atitude de Davi e condenou a sua casa e seus descendentes: “Agora pois a espada jamais se apartará da tua casa, porque me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias o heteu, para ser tua mulher” (2 Samuel 12.10);
2.2.3 – A Bíblia de forma clara e contundente relata as atitudes egoístas de alguns servos do Senhor que, em determinados momentos de suas vidas, pecaram contra Deus e contra seus próximos. Também condena com igual veemência o pecado deles, mostrando as conseqüências de seus atos, inclusive após o arrependimento e o perdão divino.
2.2.4 – Jesus contou a parábola do rico insensato que após grande colheita percebeu que seus celeiros seriam insuficientes para armazenar tantos mantimentos e pensou: “Vou derrubar estes celeiros e construir celeiros maiores e então poderei dizer à minha alma: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos,. Descansa, come, bebe e folga.” Deus lhe disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma. Então o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que ara si junta tesouros, e não é rico para com Deus”.
CONCLUSÃO
1. Nós precisamos ter a consciência de que necessitamos da presença de Deus em nossas vidas. Nossa capacidade pessoal é limitada e sempre careceremos da misericórdia divina;
2. Nossas decisões devem ser priorizar Deus e o próximo;
3. Devemos viver em harmonia procurando acatar por amor as decisões tomadas pela maioria, mesmo quando nos sintamos prejudicados;
4. Devemos compreender que Deus esta sobre todas as coisas e a sua vontade sempre será a melhor para nossas vidas
Comentarios
Gilberto - 17/04/2024
Obrigado por contribuir tanto para a elaboração do meu sermão.
Mujacy - 16/02/2024
Este estudo está sendo muito ótimo par mim obrigado