Recebi um texto de Eugênio Bucci, intitulado "Vão dar um lençol no Brasil", publicado na Folha de São Paulo.
O articulista demonstra a preocupação com o fato da Globo estar demonstrando grande simpatia por Roseana Sarney, a mulher do ano, etecetera, etecetera.
É justa a preocupação do articulista e do colaborador que enviou o texto. Alguns estão achando que Rosena é clone de Fernando Collor. Diga-se de passagem, a transição de Sarney para Collor foi muito bem orquestrada, para desespero geral da nação.
As fontes onde o bem informado bigodudo beberam ficam próximas do pseudo-ditador, que pretendeu um dia ser maior do que Roberto Marinho. Pobre garoto carioca com sotaque de Alagoas.
RM está velho, mas nunca deixou de ter poder, sua maior motivação de vida.
Claro, o resto o pessoal já sabe. A imprensa omissa elegeu Collor, depois derrubou, para alegria geral da nação.
Mas o clone de Collor é encarado por muitos apenas como um balão de ensaio. Verifica-se o índice de rejeição, pesquisa-se um pouco mais e logo vai surgir o candidato que é mais do agrado de FHC e do FMI.
Sim, o candidato que FHC indicar vai ter que rezar na cartilha internacional. Se não, "eles" escolhem outros.
Mister Bush ou o que estiver no poder faz questão de botas bem lambidas e sapatos bem assoprados nas festas do Grupo dos Sete. Roseana não tem o perfil ideal para o FMI. É populista, apesar de ter bom berço, e não interessa aos governos estrangeiros qualquer matiz de nacionalismo, ainda que aparente.
Entre Serra e Paulo Renato é que o Palácio do Planalto deve optar.
Eugênio Bucci acha que Roseana pode crescer com o apoio da Globo. Talvez. A Globo conseguiu fazer um "Big Brother" muito ruim e nem explicou direito a história de George Orwel, autor de 1984.
O risco maior é o "Show do Milhão" apresentado por Sílvio Santos no final de 2001. Sílvio encheu a bola de Paulo Maluf e criou mais uma alternativa para confundir o povo.
De qualquer forma, temos que preparar os estômagos para a próxima campanha presidencial. Entre os grandes nomes e nomes desconhecidos, teremos cardápios variando entre buchada de bode, sarapatel, caviar e muita cachaça na entrada e saída de candidatos. É provável que os clones fiquem pelo caminho, olhando como se ganha eleição.
Roseana ainda é só do Maranhão. O perigo é se todos pensarem que Maluf é do Brasil.