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Artigos-->Por que eles querem as casadas? -- 08/09/2002 - 00:09 (Alexandra Blandy) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Insatisfeitos com suas relações afetivas, muitos homens transformam-se em vorazes caçadores de aventuras sexuais e laçam-se na busca de novas parcerias, deixando claro uma preferência: querem as casadas!



Homens insatisfeitos com sua performance sexual, ou de suas atuais parceiras, buscam, como quem da um tiro no escuro, uma nova emoção na horizontal. Explícitos ou camuflados querem, na verdade, cometer o pecado da luxúria em nome do hedonismo mais puro.



Na verdade comer a mulher do próximo remonta eras distantes e sempre significou o símbolo do poder total e absoluto. Na época feudal os senhores tinham o direito e o dever de serem os primeiros homens a se satisfazerem com as mulheres de seus vassalos. Era hábito comum nos feudos entregar a jovem recém casada ao dono de todas as terras, da ordem e da justiça para que deflorasse, numa alusão clara de que o triunfo dos poderosos sobre os mais fracos era lei, portanto incontestável. Não é de graça que até nossos dias o falo significa poder. Sinais disso estão nos brasões das famílias nobres ou dos reinados, onde quase sempre se vê um cetro com a ponta arredondada ou um machado, que numa leitura mais aguçada nada mais representa do que a força, poder e pênis.



Homens casados, com filhos que se dizem realizados na família e profissão, se sentem-se carentes de novas emoções quando o assunto é sexo. Dizem que as mulheres casadas longe dos maridos, são muito mais fogosas. Que procuram realizar com o "outro" aquilo que não fazem entre as quatro paredes do casamento. E que também excita-o e muito num encontro com uma mulher comprometida é o fato do perigo de ser flagrado pelo marido. Falam que têm orgasmos duplicados só com essa fantasia de ser pego com a mão e o bráulio na massa.



O curioso nisso é que eles não gostam de repetir a dose com a mesma parceira. Ou seja, conquistada e abatida a presa, nunca mais ela o terá novamente. As transas são únicas e procuram deixar isso bem claro, já no primeiro encontro. É uma forma de evitar envolvimento, pois detestam pegação no pé.



Envolvimento, aliás, é o maior medo destes conquistadores anônimos. A grande maioria deles faz questão de ressaltar logo que envolvimentos emocionais e/ ou financeiros ficam descartados. O que em outras palavras quer dizer que os homens não estão dispostos a ter uma amante fixa, não querem repetir nesse tipo de relação a que já tem em seus casamentos, muito menos que estão dispostos a custear uma segunda casa. Querem, isso, dar e receber prazer.

Se no caso de uma de suas conquistas a mulher ficar no seu pé, exigindo um novo encontro amoroso eles dão um jeito simples de se safar para dar um basta na situação. O casa nova de plantão precisa ameaçar contar ao marido da conquistada que ela lhe persegue.



Mas afinal, não é a aventura pelo perigo o que buscam esses homens?



Não o perigo de abalar a estabilidade profissional ou matrimonial. O que eles querem é adrenalina, pura e simplesmente, capaz de duplicar seu tesão na hora do sexo. Fora isso, fogem de qualquer problema como um vampiro se esquiva da luz do sol.



O perigo de ser descoberto é sim um aditivo da excitação, mas só a fantasia de ser pego. A concretização deste perigo não é excitante. Segundo os casa nova que só tem fetiche por mulheres casadas carregam em si uma perversão. E correm sérios riscos de sexualmente se frustarem.



Vejamos a explicação científica: os conquistadores nada mais estão fazendo do que refletir uma situação infantil, onde mais uma vez deseja a mulher casada e até pode vir a tê-la, mas por fim ela volta aos braços de outro homem (o marido), por que ela não é dele (o conquistador). É proibido mantê-la.



Outra forma de explicar o desejo por mulheres casadas, segundo Freud, se dá ao associar a mulher alheia a um desejo inconsciente e mal resolvido de homossexualidade. O quê, de repente você pode ser um boiola enrustido?

Pois é... Para o pai da psicanálise que escandalizou a sociedade da época com suas sábias teoria psicanalíticas, um pai ausente e uma mãe muito próxima e sedutora do filho pode dificultar a busca do menino na identificação de uma figura masculina. Em vez dele se identificar com o pai se identifica com a mãe e passa, pois, sua vida procurando uma figura masculina para se espelhar nela. E como ocorre isso?



Simples. Na falta de um modelo masculino bom na infância, cresce buscando através das mulheres se aproximar da figura paterna. E nada melhor do que uma mulher casada para se relacionar. É novamente a mulher proibida. Só que desta vez o homem está presente, de forma sutil e inconsciente.





Alexandra Blandy
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