Ao atualizar minha leitura em textos de amigos, deparei com um artigo de Olympia Salete
"UM PROTESTO NECESSÁRIO E JUSTO" (04/09/2002)
onde ela traz à tona algo corriqueiro no Ensino público, infelizmente...
Livros e toda sorte de material didático, desperdiçados, ou esquecidos em algum armário... E não falo de coisinhas simples, como um gravador usado ou uma máquina de escrever... NÃO!!!
É parafernália sofisticada mesmo... Computadores de última geração, retro-projetores, DVDs etc.
O poder público tem dinheiro. E muito!
Mas quem é que se ilude que esse farto material tem a intenção de ser utilizado para atenuar a dificuldade de aprendizado de nossas crianças e jovens?
Há a tal de "licitação" (confesso que deste assunto, pouco entendo, sei apenas que é sinônimo de roubalheira com nosso sagrado dinheirinho) que envolve somas homéricas, muita grana e onde as partes envolvidas se matam para consegui-la... E os aparelhos são comprados, a preços exorbitantes, para depois serem guardados nas estantes das escolas, à espera de um assaltante que os venha resgatar, para que, pelos menos desta forma, tenham alguma utilidade.
Peço perdão pela ironia dramática com que enfoco este assunto.
Sou do Ensino público e particular. Sei muito bem o que se passa por ali.
Infelizmente, todos esses aparatos que chegam às escolas podem ser utilizados pelos alunos, com a devida orientação dos professores. Mas, poucos querem se comprometer. Sabem como é, né? Dá um trabalho...
É a triste realidade.
E o mais triste é que esse simples fator tiraria da "monotonia crônica" a motivação de nossos educandos, enveredando-os por um caminho mais amplo, tornando-lhes as horas de escola, não só de merenda, mas da alegria de aprender....
A sede do saber está implícita em todos os seres. Basta um pouquinho de tato (e muito amor) para explorá-la.
Digo isto, por experiência própria. Recebo sempre material didático, gratuito, das editoras, principalmente livros. E como não tenho mais espaço onde guardá-los, e são muitos, coloco-os em caixas de papelão e deixo-os na calçada de casa...
Dali a alguns minutos, ouço um burburinho e vejo a garotada fazer a festa, escolhendo os livros que eu lá coloco.
Talvez alguns livros se percam. Mas não faz mal! Se um pequeno percentual for levado para casa e lido com seriedade, muita coisa estará mudando nos destinos do mundo.
Tenho dito!
Milene
* O sono bateu tão forte agora, que nem vou revisar o que escrevi. Qualquer erro é culpa do sono.
Mas o sentido de urgência deste texto é maior que qualquer letra mal digitada...