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Artigos-->Mesa Redona de Usineiros - Um conto maldito XI -- 20/09/2002 - 16:42 (U.S.I.N.A.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Merda! Horus me paga!”. Sua irritação era evidente, a noite corria de mal a pior. “Me faz matar a faculdade dizendo que ELA tinha convocado todas mais cedo p´ro bar... aqui ninguém quer comer ninguém! Ficam só falando nesta merda de Usina... eles que vão p´ra puta que o pariu!”.



Percorreu os olhos pelo bar à procura do mensageiro DELA, mas o filhadamãe havia desaparecido. A decepção entre a putada era geral... ninguém no bar dera a mínima atenção para as meninas! Tirando o strip-tease daquela mulher da roda, que, sinceramente, nem poderia levar este nome, uma vez que nada mostrara, o interesse até o momento fora nulo! Tremia de raiva, olhando aquele pessoal estranho! Tanta produção... passara a tarde no cabelereiro, matou aula, perdeu prova, depilou o rabo... investimento sem retorno! “Se continuar assim, vou ficar no prejú...”, pensou. Sua mente simplória girando num universo de cifras, manicure, cabeleireiro, programa da Hebe, novela das oito e Big Brother´s... a vida dela já começara errada, sem querer parodiar Chico Buarque - até mesmo por que ela não conhecia nada dele - e sempre teve que ralar muito p´ra conseguir espremer algo da mesma... pior de tudo! Estava ficando velha p´ra profissão...



Aquele Klaus fora uma promessa... mas além de não conseguir arrastá-lo para o cafofo, pagou um boquete de graça para o filhodaputa! Ela, que sempre se gabara de ser esperta, dizendo que cliente que quisesse gozar, mesmo uma punheta, tinha que pingar pelo menos uma nota de cinqüenta naquela mãozinha delicada, chupou uma piroca só na conversa! Olhou para o espelho irada e admirou o corpo refletido que, convenhamos, era p´ra lá de perfeito: pés bonitos e proporcionais aos 1,75 m de altura que tinha, pernas enormes, longas, compridas mesmo... como duas serpentes que, no momento certo, envolveriam a presa evitando sua fuga do vai-e-vem cacofônico e sudorento que sempre terminava na mesma cara de gozo e alívio, par de seios generosos e provocativamente expostos num decote, uma bunda, tá legal, p´ros mais sensíveis, uma nádegas p´ra lá de suculenta e, sim! Um rosto bonito, mistura de índio e branco... olhos verdes de esmeralda. Um puta para a qual você daria a mão e andaria na rua, no shopping, causando inveja e admiração entre os que não soubessem de sua origem... por que ninguém lhe dera atenção? Isto nunca acontecera até aquele dia... sempre escolhera as presas e fechava a noite com pelo menos quatrocentinhos na carteira, livres!



Parou de se admirar e voltou-se para a mesa... quando Horus apareceu no bar, início da noite, dissera que eram todos usineiros, e a putada vibrou de alegria pensando que os mesmo deveriam ser aqueles dos quais os jornais sempre falam... talvez um lobby no congresso? Convenção e depois diversão?! Porém ali ninguém tinha cara de rico, de ser dono de terras... Horus devia ter se enganado... se bem que ele fora explícito ao dizer que fora ELA que convocara todas para servirem a um encontro de usineiros que provocara... e ELA nunca erra! Mesmo este pensamento, só o pensamento de que ela errara fê-la tremer de medo! Se pronunciasse este devaneio, com certeza seria castigada! ELA era impiedosa e sempre cobrava alto o preço das dívidas....



Decidiu investir sua sensualidade na primeira pessoa que chegara no bar... aquela que já saíra e voltara algumas vezes, mas ainda não “pegara” ninguém.



“... e, desta forma Bruno, acredito ser melhor vermos até que ponto esta maldita minuta não significará o fim da Usina como a conhecemos...” ouviu ao aproximar-se daquele negro vistoso. “Oi, me paga uma bebida?!”. Exibiu seu melhor sorriso, arqueando o corpo de maneira sensual, seios fartos querendo saltar do decote. “Oi Madalena... uma cuba só de coca-cola vai deixar você satisfeita?”. “Eu nunca fico satisfeita” retrucou sorrindo maliciosamente... “está p´ra nascer o homem que vai satisfazer minha fome...” sussurou provocativa. “Me faz companhia, suplicou fazendo charminho, “vocês só ficam falando desta usina...”. “Ah! Que peninha! Estou até tocado!”. “Deixa este pessoal um pouco aí e vem ficar comigo...” Ela puxou-o gentilmente da roda e colocou sua mão quente na cintura, ele não oferecendo resistência... “como você se chama?”. “Ayra On”. “Como?!”. “Me chama de Ayra”. “Nome diferente!”. “Na verdade, é um apelido que criei, brincadeira com meu próprio nome.... às vezes sou dado a divagações, as idéias giram à minha volta quase num turbilhão e a mão nem sempre é suficientemente rápida p´ra transcrever tantas idéias, emoções e....esquece!”. “Você fala engraçado! Mas gosto de você... não quer se divertir? Vai ficar somente conversando?”. “Mais que uma conversa, isto é uma celebração, minha cara! O encontro de opostos e similares, o Olimpo e Hades, água e fogo...”. “Pára com isso...” cochichou ao pé do ouvido dele, “pelo brilho dos teus olhos, parecia que você estava discursando p´ra uma multidão! Ou

será que este brilho tem outra origem?”.



“E aí madalena, conseguiu fisgar o rapaz?”. Kilandra se aproxima sorridente dando uma piscada provocativa... “vou te interromper só um pouquinho... Ayra, o Domingos insiste que a gente vá ao carro dele p´ra mostrar um rasculho mais elaborado da minuta... eu, você, Klaus e Bruno... então combina logo isso!”



Madalena recebeu um sorriso que lhe deu esperanças... “Você pode me dar um minutinho? Depois te encontro... onde mesmo que te acho?”



“Vai no meu quarto, subindo aquela escada, segundo a direita, SEGUNDO!”, repetiu, como para assegurar que ele não ia errar.



“Tudo bem, encontro você lá daqui a pouco... combinamos o preço lá?!”



“Pode ser...”. No quarto seria até mais fácil, pensou, pois ela poderia mostrar-se com mais detalhes. “só quero te lembrar que não sou barata...”.



“Tudo bem! Meu preço também é caro!”. Retrucou Ayra rindo. “Vamos lá Pilantra.... digo, Kilandra,

não quero que o Domingos diga que somos irredutíveis....”.



Madalena segui satisfeita para o quarto. “Parece que esta noite vai render!”. Pensou satisfeita. “Já estava para desistir....”



Klaus e Bruno se levantaram da mesa trôpegos e juntaram-se a Ayra e Kilandra... Domingos aguardava na porta do bar... “Vocês vão ver! Esta minuta ficou uma beleza! Até vocês vão concordar com a mesma...”



“Basta a mesma estar em branco...” comentou Klaus piscando para Kilandra. Bruno e Ayra sorriram...

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