A “Ordem do Tempo” ou ordem dos “Pobres Cavaleiros de Cristo e do templo de Salomão” foi fundada em 12 de junho de 1118, em Jerusalém por Hugues de Payens e Godofredo de Saint Omer, com objetivos declarados de defender os sacros tesouros do cristianismo e seus fiéis, em terras do oriente-médio.
Entretanto, a Ordem possuía objetivos escusos, sendo um deles identificar e conquistar a Arca da Sagrada Aliança, dada por Deus a Moisés, no monte Sinai. Segundo o livro dos Reis (I Reis 8,9), tal arca havia sido levada ao Templo de Jerusalém, por Salomão, quando da conclusão de sua construção.
Diz a lenda que além das “Tábuas da Lei” tal arca conteria fontes inimagináveis de conhecimento (ao menos naquela época) para toda a humanidade. Curiosamente, anos depois da fundação da Ordem e suas incursões a Jerusalém, podemos observar uma certa revolução na forma de se fazer a agricultura e o surgimento da arquitetura gótica, com conceitos nunca antes pensados.
O mais notável, no entanto, foram os avanços propiciados ao cenário financeiro da época. Toda a Europa estava sob o regime de monarquias decadentes, vivendo à mercê da Igreja (maior “empresa” do mundo, até hoje) e este grupo de pessoas, detentoras do conhecimento secreto da arca, conseguiram estabelecer uma nova classe de trabalhadores, em locais denominados de “oficinas de construtores livres”. Estas oficinas, consideradas precursoras das lojas maçônicas, consolidariam num futuro próximo as bases da classe burguesa.
Ainda no aspecto financeiro, atribui-se aos templários (ou os cavaleiros da Ordem) a criação da estrutura bancária, que permitiu financiar suas incursões à Terra Santa. Assim, os Templários que juraram pobreza, castidade e obediência (sobretudo ao Papa), se tornaram uma das mais ricas instituições de todos os tempos, com apogeu no século XIII.
Desconsiderando esta questão financeira, a Ordem dos Templários (aprovada em 1128, pelo Papa Honório II) continuou sendo a detentora dos segredos míticos da igreja cristã, como por exemplo, toda a linhagem genealógica de Jesus.
No princípio do século XIV, a instituição tornara-se o maior credor da corte francesa e do Papa, ameaçando a até então hegemonia da Igreja de São Pedro. Assim, em 1307, o Papa e o rei Felipe da França elaboram um plano de ataque e desmoralização da Ordem, cujo resultado foi prender e submeter à inquisição todos os cavaleiros templários. Com práticas de tortura, todos os bens desses cavaleiros foram confiscados e divididos entre o rei Felipe e o Vaticano. Em 1312, após todas as manobras papais, a Ordem dos Templários foi oficialmente extinta. Em 1314 o grão-mestre Jacques de Molay foi queimado pela inquisição, em frente a Catedral de Notre Dame.
Tal fato foi em vão. Diversas monarquias da Europa proclamaram a inocência dos envolvidos e este movimento propiciou o surgimento de diversas outras como a Ordem de Cristo (Portugal), Concílio de Salamanca (Espanha), Ordem dos Hospitalários (atual Reino Unido), entre outras.
Apenas como curiosidade, a Ordem de Cristo, fundada por D. Diniz recebeu em 1416 o grão-mestre Infante de Sagres, desvendando assim todos os segredos de navegação e astronomia que culminaram na descoberta das Américas. Tais conhecimentos vinham sendo transmitidos dentro das Ordens, desde o tempo do rei Salomão e possuíam características reveladas pelos povos vikings, fenícios e celtas que por aqui passaram desde então.
Dessa forma, Portugal se tornou a maior potência marítima do planeta, em meados do século XV. Pedro Álvares Cabral, cavaleiro da Ordem de Cristo, dirigiu uma esquadra com as maiores caravelas da época (notem que a cruz vermelha sobre o fundo branco das velas das esquadras representa o uniforme da Ordem dos Templários, de 1128), rumo a uma terra já conhecida por Brasil. Por que um cavaleiro da Ordem? Porque só um deles poderia tomar posse das terras dos infiéis e anexá-las às propriedades da Ordem, neste caso, do rei de Portugal.
E assim chegamos ao nosso Brasil e a grande parte das correntes maçônicas que por aqui ainda atuam...
--> veja também o texto "O Brasil dos Templário", de Angel Draven, aqui na Usina.