Oi, John. Voltei. Pois é... Tenho pensado em ficar aqui com você. Aqui. Assim... Quietinha! Igual à você. Tem lido os jornais? E a TV? Você deve saber de tudo, fingindo se calar. Claro que você. Você sempre preocupado com os rumos do mundo. Como poderia não saber?
Meu amigo! Aqui no Rio dizem que está tudo bem. Tudo sob controle. Hoje, viu exatamente o que aconteceu? Então... ninguém sabe explicar o que aconteceu. Uns dizem que foi ação do Novo Presidente. Temos um novo Presidente, John. Aquele... você conhece! O dos olhos sem mar. Dos olhos de coisa. Sorriso de coisa. Que coisa estranha o olhar da coisa. Coisa que não gosto nem de pronunciar. Aquela que sabe-se lá porque existe desde o início do mundo. Existe. Resiste.
Outros já dizem que foi manobra política para desestabilizar. Desestabilizar o que? Ainda falta mais algo para desestabilizar?
Vamos Ter eleições. Vamos escolher. Escolher o melhor. O melhor... Se você abrir os olhos e me olhar vai ver que não consegui achar o melhor. Será que o “Coisa dos olhos sem mar” vai ganhar? Sei não, John. Sei lá! Tá dominado. Tá tudo dominado! Feito profecia.
Então? Ainda não te convenci? Vai ficar aí parado? O Bush vai atacar o Iraque. O Bin (aquele de barba comprida) ninguém sabe onde foi parar. Dizem as más línguas que ele ainda anda vivo e que daqui a pouco, quando menos se espera, o barbudo vai atacar.
Então? Se ficar aí parado vou acabar deitando ao seu lado. Esqueço de tudo o que vim fazer e fico dedilhando suas músicas de novo. E o mundo vai se acabando sem sua música de paz. Meu violão continua encostado. Que nem quase toco mais. Será que de suas cordas ainda saem sonoros tons de paz?
Vem, John! Vamos embora daqui agora! Fica aí desse modo não. Levanta tua espada da esperança que agora, cada vez mais utópica se faz. Totalmente irreal. Vem pra sonhar comigo e lutar sem armas no mundo sem paz
Agradeço ao ATHOS pela dica de fazer o Monólogo II