Estava eu lendo um livro (coletânea) de Francesco Petrarca , sonetos escritos em meados do século XIV, quando, de repente, me deparei com algo familiar aos meus olhos e logo me indaguei: “ – Será plágio?”
Os versos do soneto em questão resgatavam de minha memória um outro soneto – por sinal muito conhecido – de um poeta não menos importante: Luís Vaz De Camões.
Como sabemos , Camões nasceu e morreu no século XVI (dois séculos após Petrarca) e teve acesso às obras deste último , assim como a muitos outros poetas .A grande dúvida é: até onde isto pode ser considerado inspiração – lembrando que estamos tratando de dois mestres da literatura universal -?
Com o intuito de colher novas opiniões , transpus (logo abaixo) os respectivos versos de Petrarca e Camões . Gostaria muito que, após a leitura dos fragmentos, vocês, amigos escritores, opinassem a respeito.
Francesco Petrarca:
“Questa anima gentil che si disparte,
anzi tempo chiamata a l’altra vita,
se lassuso è quanto esser de’gradita,
terra del ciel la più beata parte.”
Em português ficaria mais ou menos assim:
“Esta alma gentil que agora parte
tão cedo levada à outra vida,
terá no céu grata acolhida
habitando sua mais beata parte.”
Luís Vaz De Camões:
“Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente ,
E viva eu cá na terra sempre triste.”
PS. Agora cada um interpreta da forma que achar melhor...