O computador vai fazendo sua varredura para eliminar quaisquer viroses, a campanha política televisiva acabou e blues continua ‘all night long’...
Chegou a hora de escutar tudo aquilo que gerou todas as magníficas bandas que tocaram aqui nesta semana... O rythm blues foi o culpado por tudo isso, pois, quando os Beatles e os Rolling Stones resolveram fazer música pop, baseados na soul e blues, seguiam o caminho traçado por Bill Halley and The Comets, Little Richard, Elvis Prestley, entre outros...
Hoje é noite de Buddy Guy, B.B. King, Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, e Roy Buckanan... Você pode até conhecer todos nessa lista, e todos eles dispensam apresentações, mas Roy Buckanan seria novo na lista... Eu mesmo admito que não o conhecia até ano passado, quando ouvi um especial sobre o guitarrista desconhecido mais famoso de todos os tempos... Roy Buckana é tudo isso mesmo, e pode até ser comparado aos grandes mestres, cada qual com seu estilo, e Roy Buckanan tem seu próprio estilo também... Se você não conhece... Procure se informar, que não vai se arrepender...
A bluseira come solta e as guitarras solam sem a menor dificuldade... A sonoridade dos solos de guitarra é mais limpa, e pode não ter a mesma distorção setentista, mas tem o espírito elevado de música de melhor qualidade.
Sei que nessa lista está faltando grande medalhões como John Lee Hooker, Albert Collins, John Hammond, Muddy Waters, Howling Wolf, Bo Didley e muitos outros. Mas acontece que esta noite só tem espaço pra os primeiros da lista... Se eu fosse escutar tudo de blues, passaria dias e mais dias escutando uma seleção sem fim...
A seleção de hoje já tem músicas suficiente... São cinqüenta e uma canções escolhidas a dedo, e cada bluezeiro comparece com dez peças cada um... Isto é que é democracia... Por falar em democracia, o dia de amanhã é o exercício supremo da democracia...
Buddy Guy trás entre outras pérolas Damn right, I’ve got the blues, Hoochie coochie man, e I can’t quit the blues. B.B. King tem The thrill is gone, Sweet sixteen, Nobody knows you, when you’re down and out e In the midnight hour. Stevie Ray Vaughan trouxe Dirty pool, Texas flood, e They call me hurricane. Johnny Winter vem de Third degree, Highway 61 revisted, e It’s all over now. Roy Buckanan vem com Wayfaring pilgrim, Fly... night bird, e Roy’s blues... Tem até George Thorogood com Bad to the bone, e Johnny Lang com Wander this world.
A noite está apenas começando e blues já está pegando... Tem gente que parece não gostar do estilo musical, mas acontece que tudo relacionado a música pop, está diretamente influenciado pelo blues, de um modo ou de outro...
O exercício supremo da democracia começa de manhã e é melhor ir bem cedo pra evitar as filas quilométricas provocadas por aqueles que não têm nenhuma intimidade com caixas eletrônicos... Na minha sessão tem algumas pessoas que não têm nenhuma intimidade com aparelhos eletrônicos e perdem preciosos minutos para declarar a intenção do voto.
Quando isso acontece, eu fico blues, na fila, esperando uma chance pra declarar meu voto, eu fico blues... Quando eu penso em tudo isso, eu fico blues... Eu fico blues com tudo isso... Eu fico blues...
O importante é manter a calma na hora de enfrentar a urna eletrônica, mas eu sempre fico blues... Mas, baby, eu fico blues... Eu fico blues, como nunca fiquei antes... Eu fico blues com tudo isso...
Roy Buckanan merece ser ouvido por todos aqueles que apreciam o bom blues. Mas, eu também fico blues com a ignorância daqueles que não conhecem Roy Buckanan... Por isso mesmo, é melhor você procurar, e vir, ver, ouvir, o guitarrista desconhecido mais famoso do mundo. Nem por isso, eu fico menos blues...
“A gipsy woman told my mother... Just before I was born... You got a boy chil comming... He’s gonna be a son of a gun... I’m a hoochie coochie man... Everybody knows I’m here...”.
“...I booked a thousand hearts, before I made you... I break a thousand more, baby, before I am trough... I wanna be yours pretty baby, yours and yours, alone... I’m here to tell you, honey, that I’m bad to the bone... Bad to the bone... Bababababa-bad... Bababababa-bad... Bababababa-bad... Bad to the bone...”.
“I’m gonna wait ‘till the midnight hour... That’s when my love, comes thumbling down... I’m gonna wait ‘till the midnight hour... ‘Till there’s no one else around... I’m gonna take you, girl, and hold you, ‘till all the things I told you, in the midnight hour...”.
Sabe, eu até transcreveria alguns trechos de Roy’s blues aqui, mas a música é um blues instrumental...
Pode ter certeza, eu fico blues... É que meu cabelo está caindo de montão... Pode ter certeza, eu fico blues... É que meu cabelo está caindo de montão... Não posso vencer... Também nada tenho a perder... Eu parei na casa de minha garota... Ela não estava e nem pude usar o telefone... Eu parei na casa de minha garota... Ela não estava e nem pude usar o telefone... O pai dela me disse que eu não era merecedor de sua filha... E se eu voltasse lá, perderia meu culhão... Ele acha que fiquei com medo, mas eu não tenho realmente nada a perder... “You damn right, I’ve got the blues...”.
Você sabe, na véspera de eleição, eu fico blues... Nessa eleição eu fico blues... Enquanto isso não acaba, eu continuo blues... Amanhã, eu fico blues...
O recurso de auto-correção ainda não me deixou em paz, e continua me perseguindo, e insistindo na instalação... Assim eu fico blues... Eu fico muito blues... Blues, blues, blues...