Mas, no final das eleições, sem nenhuma alternativa que prestasse, resolvi votar no operário.
Não me arrependi!
O sorriso simples e sincero de Lula também
me cativou. Não somente o sorriso...
Cativou-me aquela garra de um lutador incansável.
De alguém, cujo brilho no rosto denota uma esperança contida. Uma vontade sóbria de ver seu povo vencer.
Confesso que nunca havia me importado com Lula.
Sempre achei os petistas muito radicais, embora tivesse inúmeros amigos entre eles, com discussões sadias e civilizadas. Mas algo eu sempre notei nos militantes do PT:
sinceridade e compaixão pelos menos favorecidos e, lembrando-me neste momento, tinham sempre um sorriso radiante no rosto.
E agora me vem lula-presidente dizendo:
"Se eu conseguir colocar três refeições na mesa do pobre, terei conseguido meu grande objetivo..."
O que Lula vai fazer, depois de encher a mesa do faminto, não sei. Ninguem sabe.
Talvez nem ele saiba...
Mas, essa vontade forte; esse sonho perseguido persistiram na mente fiel deste "grande operário em construção".
Que se construa um Brasil melhor. Que se respeite mais o direito de cada cidadão. Que se olhe para o maltrapilho na rua e se treine no estender a mão...
O nosso presidente fará isto. Por que não iríamos nós imitá-lo?
Despojemo-nos, pois, de nossa vaidade de "malandros velhos" e aprendamos que todos somos iguais e que, mesmo tendo logrado, através de luta e esforço pessoal, uma condição de vida plena e relativamente abastada, não nos esqueçamos de deixar algumas brechas para que o menos favorecido possa enxergar, também, o caminho...
Curvo-me para Lula.
Inebria-me a visão dos dois meninos abraçando a estrela, com a expressão de quem sabe
que algo vai mudar, e para melhor, a despeito de qualquer aparência que teime em dizer o contrário.
Creio que pela primeira vez, na vida, o ato de votar me deu certa satisfação.