Observando a história do mundo, não é difícil perceber o desejo dos homens pelo poder. Mandar nos outros é uma tentação.
Fico imaginando os homens das cavernas. Não tinham como dizer ao outro :“quem manda aqui sou eu”, afinal, não tinham ao menos um dialeto em comum. Ficavam fazendo caras e bocas, bem feias, para amedrontar uns aos outros. Num determinado momento alguém partiu para a pancadaria, ganhou a luta e se tornou o rei do pedaço. E assim foi criado o domínio.
Com o tempo e a evolução, o homem foi se tornando mais racional e percebeu que bater em todo mundo não é fácil. Com o desenvolvimento da fala, surgiu o banquinho, que mais tarde ficou conhecido como palanque, palco, altar etc.
Foi subindo no banquinho que o homem percebeu que o poder pode ser exercido com palavras, sem escoriações, sem hematomas, sem ossos quebrados. Método indolor e infalível.
Sobre um banquinho, todos os homens teimam em prometer, acusar e coagir. Muita gente chama isso de inteligência, eu acho que é esperteza. Enfim, não importa, o que conta é que a grande descoberta da humanidade surgiu daí.
Para mandar nos outros, você precisa convencê-los de que você é o melhor. Isso é moleza, basta que todos se julguem muito ruins.
No método pancadaria é simples, basta ser o mais forte, mas no verbal é um pouco mais complexo.
È preciso provar que o outro tem defeitos e fraquezas. Ter defeitos é estar fora de um padrão, fraquezas são atitudes das quais não temos controle.
Assim surgiu o pecado.
Pecar é não seguir às regras que algum “deus’ segredou a algum líder, e somente a ele.