O Prêmio Nobel de Literatura desta vez foi para o húngaro IMRE KERTÉSZ. Seu romance “Sem Destino” é uma recriação da sua experiência no campo de extermínio nazista. Nasceu em 1929, em uma família de judeus de poucas posses. Estudou em Mádach, onde já existiam classes especiais somente para judeus.
Kertész regressou do campo de concentração em 1945. Dedicou-se ao jornalismo. “Em 1948, foi implantada a ditadura comunista e , em 1951, Kertész foi despedido do jornal onde trabalhava, após ter passado às mãos dos comunistas.
O seu livro “Era Sem Destino”, que trata sobre suas experiências nos campos de concentração, não teve nenhuma repercussão à época em face do processo de censura de que foi vítima.
Nos anos cinqüenta, o stanilismo vivia os seus piores momentos. Foi a época em que vários húngaros se rebelaram contra o sistema que cerceava qualquer tipo de liberdade.
Segundo nos informa a Interprensa (serviço mensal de informações e análise, distribuído para assinantes), “é em 1989 que a sua literatura começa a ser reconhecida no exterior, principalmente na Alemanha. Em 1992, recebe o prêmio Soros; em 1995, o prêmio de literatura de Brandeburgo e o prêmio Hans-Sahl do Círculo de Autores da Alemanha; em 1997, o Prêmio do Livro de Leizpig; em 2000 o prêmio Herder.”
O romance “Sem Destino” foi escolhido como um dos romances mais importantes do século XX. Obra que o escritor levou treze anos para concluir. Inicialmente teve repercussão apenas em seu país. Em 1989, após a tradução para o Alemão, teve início a difusão e a maior aceitação da obra.
“O protagonista do romance é um jovem de 14 anos que, exatamente um ano antes do fim da guerra, é deportado de Budapest para a Alemanha. Em um ano vive em três campos de concentração diferentes (Auschwitz, Buchednwald e Zeirz), realizando trabalhos forçados e em contato com o extermínio diário.”
“O resultado é uma narração surpreendente, com um final inovador que revela, após a sua volta para casa, a nostalgia dos dias passados nos campos de concentração”.
“A mensagem dos livros de Kertész não se reduz à descrição de um problema histórico concreto: sua reflexão tem um alcance mais amplo. O nazismo e o comunismo aparecem em sua literatura como símbolos de irracionalidade do ser humano, da constatação do mal”.
A única obra traduzida para o nosso idioma chama-se Kaddish – (por uma criança não nascida). O romance respira a mesma atmosfera do “Sem Destino”. Relata as reflexões de um escritor judeu (talvez o próprio), que não encontra solução para a falta de sentido de sua vida. As demais obras podem ser encontradas em castelhano.