Fico tentando descobrir qual vai ser o legado do governo FHC. Seria a estabilidade monetária? Seria o controle da inflação? Seriam as conquistas sociais? Seria a abertura econômica? Ou talvez seria o desemprego, o aumento da vulnerabilidade externa, a entrega do patrimônio ao capital externo, ou ainda a total submissão aos Estados Unidos? Seja qual for, uma coisa é certo: FHC não deixou o Brasil melhor do que encontrou.
Se houve avanços por algum lado, os retrocessos foram tantos, a ponto de apagar qualquer conquista. Nem mesmo a estabilidade de preços e monetária que foram usadas para elege-lo por duas vezes consecutivas conseguiram resistir ao final de seu mandato. A maior estrela de seus oito anos de governo se apagou antes do tempo. E mais uma vez depois da redemocratização um governo não consegue entregar o país ao seu sucessor em melhores condições que encontrou. O único a conseguir tal feita foi Itamar Franco.
Lula vai pegar o país a beira do precipício e a grande esperança de todos é que ele consiga tirar o país do atoleiro. Não vai ser fácil, mas há uma grande chance de que ele possa entregar o país ao seu sucessor em condições bem melhores que encontrou. Se isso vai acontecer é outra história. Só saberemos daqui a quatro anos. Não resta, porém, outra alternativa a não ser torcer para que isso ocorra.
Quanto ao legado de FHC, teremos que esperar mais um pouco para sabermos o que vai ficar registrado na história. Mas tenho ligeira impressão de que o governo FHC entrará para a história comO o governo que pela primeira vez entregou o cargo democraticamente para a esquerda.