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Artigos-->Sobre os funcionários públicos de carreira -- 01/12/2002 - 23:41 (Darlana Ribeiro Godoi) |
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[Francisco Moko
Yabiku]
Sobre os funcionários públicos de carreira
Muitas vezes, temos a impressão de que os gatos são animais extremamente
apegados ao meio ambiente mais favorável e pouco afeitos aos donos, enquanto os
cachorros seriam os símbolos de fidelidade e companheirismo. Desta comparação,
se pode ainda fazer uma analogia entre a relação gato e cachorro com os
funcionários públicos, desta vez, agrupados entre funcionários de carreira e os
funcionários comissionados, resguardado o devido respeito, é claro, como sempre.
Os felinos são astutos e vorazes, tal como indicam seus instintos, adaptam-se ao
local, conquistado a duras penas. Também são assim os funcionários de carreira.
Enfrentam o concurso e chegam a um ambiente desconhecido, no qual devem aprender
quase tudo em pouco tempo e aprimorar seus conhecimentos a todo instante para
atender o munícipe.
Na outra ponta, os cachorros, desde que treinados, obedecem seus donos conforme
lhes é ordenado, sem quase poder de autonomia. No bom sentido, sem caráter
pejorativo, os funcionários comissionados também possuem esta conduta. Aportam
como pessoas de confiança do prefeito e, ao término do mandato, vão embora, com
ele.
Numa análise sucinta, sem generalizar, podemos concluir que os gatos – como os
funcionários de carreira – gostam da casa porque sabem que, entra prefeito e sai
prefeito, eles permanecem. Para os funcionários-gatos, não é uma questão apenas
de subsistência, mas de uma missão que consiste em manter a Prefeitura
funcionando a todo vapor, enfrentando, em algumas ocasiões, falta de equipamento
ou excesso de trabalho.
Todas escolhas implicam em conseqüências. Eu escolhi ser funcionário público, 28
anos atrás, quando éramos governados por uma ditadura. Testemunhei no cotidiano
as mudanças do regime militar para a democracia e o desenvolvimento da cidade
onde nasci e constituí família.
Creio que isto está no sangue. Estudei na Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (Poli-USP), mas voltei para Sorocaba (SP). Não fiquei no setor
privado, ingressei no setor de engenharia da Prefeitura e ajudei a implantar
projetos como a lei de loteamento popular. Não fiz isto para agradar prefeito,
mas por imposição dos anseios populares. Há coisas que surgem sem necessidade de
autoridade, porém, por uma questão de sensibilidade às transformações da
sociedade.
No meu primeiro mandato como vereador, empunhei a bandeira do funcionalismo,
representando, principalmente, a Associação dos Servidores Públicos Municipais
de Sorocaba (ASPMS), atual sindicato, do qual sou membro-fundador. Hoje, no
entanto, percebo que um sindicato de servidores públicos não protege somente
seus associados, mas também a integridade do Estado. "Os filósofos pensaram o
mundo. Cabe a nós transformá-lo" (Karl Marx)
Francisco Moko Yabiku,
de 54 anos, é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (USP), funcionário de carreira há 28 anos da Prefeitura de
Sorocaba, e vereador pelo PSDB.
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