Sei que sou o que sou, mas sei que por vezes não o quero ser e não consigo me alterar, então vou atrás de deculpas mil para saciar a minha culpa por não conseguir me transmutar de vez, criar um casulo e entrando lagarta sair uma bela borboleta.
Agora olho para trás e vejo todos os meus erros, vejo alguns que agora cometo e, mesmo assim, não os mudo, fico a executá-los de um modo, um "loop infinite" que não cessa nem por um segundo, nem num passe de mágica quanto mais por uma dessas minhas atitudes merrecas...
Aí fico pensando: será que todo mundo se sente tão impotente quanto eu? Será que todos sentemm essa depressão de abismo sem fim?
Creio eu que reclamo sem motivos, pois muitos hão de morrer nessa noite enquanto me lamento...talvez de frio, fome, sede, assalto, espancamento, doença ou qualquer outra coisa que, graças a Deus, não tenho pra reclamar e...mesmo assim, ainda venho à tona e digo que sou sem ser o que queria ser. E o ponto, mais do que a vírgula, marca a não-atitude de meu corpo, que jaz aqui nessa cadeira lamentando as palavras que não disse, ou disse mal, e as atitudes que não teve, ou que teve demais.
Só posso crer que temos que agarrar-nos às coisas que mais nos dão prazer e menos sofrimento...mas digo e repito: são as que dão sofrimento que queremos ter em nós.