É conhecida essa história, mas não sei a quem atribui-la. Talvez seja de Machado. E se não dele, de alguém que ele conhecera:
O bêbado vai cambaleando em meio à noite enluarada até que numa curva da estrada, dá-se com aquele clarão: era uma casinha pobre, quase um barracão que se incendiava. A pobre moradora, com seus filhinhos, ainda que escapada, chorava desconsolada. Havia perdido tudo e suas lágrimas sozinhas não iriam apagar aquele fogaréu, tudo se consumia.
O bêbado, com aquele pingo de sobriedade, compadeceu-se da infeliz, mas que é que poderia fazer naquelas circunstâncias? É possível até que o teor de álcool que carregava no corpo pudesse aumentar a combustão.
Ele tentou se conter, mas não conseguiu: chegou-se à chorosa senhora e lhe pediu, quase que implora: seria perdoado se naquela fogueira tivesse o cigarro de palha reaceso?