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Artigos-->Amigo oculto, a vingança -- 20/12/2002 - 16:29 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu estava na empresa há poucos meses. O suficiente para gostar de umas pessoas e não gostar de outras.

Foi quando chegou dezembro e inevitável brincadeira do amigo oculto, para quebrar gelos e tensões.

Quando descobri o nome da pessoa tive um dissabor. Era o único que não me interessava ser amigo, nem inimigo. Melhor que nem passasse na mesma calçada, mas não tinha jeito. Era o gerente da empresa.

Um perfil fascista, no melho estilo ditadura militar. Como presentear alguém como aquele indivíduo? E como fazer a brincadeira da punição com um sujeito que não tolerava nada além de suas piadas medíocres?

No aniversário do homem todos os funcionários foram obrigados a fazer uma vaquinha e presenteá-lo com uma raquete de tênis, já que havia descoberto o novo esporte aos 46.

Com exceção de dois bajuladores os demais colaboraram a contragosto, pois o equipamento era caro e o salário insuficiente.

Agora o problema do amigo oculto, com poucos dias para que a questão fosse resolvida.

Não havia como refutar. Ficaria marcado para sempre. Alguém contaria se eu me recusasse a participar da brincadeira.

No meio de uma dúzia de opções encontrei um livro, abordando questões políticas da América Latina.

Foi só esperar o dia e fazer a surpresa.

Ao receber o presente o homem não disfarçou o mal-estar. Embora o livro fosse bom, o título era muito sugestivo: “Hitler manda lembranças”.

Consegui sobreviver no emprego mais uns quatro meses após o episódio. Um dia acabei sobrando.

Restou o consolo de dizer de modo sutil o que achava a respeito do homem, que mais tarde perdeu o emprego fraudando a contabilidade da empresa.

Foi ali que aprendi que sutileza precisa ser melhor trabalhada. O homem ficou com cara de pedra olhando para a capa do livro, enquanto um bajulador de plantão dizia frases como o livro é ótimo, tentando desfazer o mal-estar com o nome de Hitler.

Confesso que ser despedido não foi muito bom, principalmente pela questão monetária, mas ver o sujeito arrogante engolir o recado lavou não só minha alma como a de outros funcionários que desejavam falar e jamais teriam coragem. Acho que o homem deve estar abraçado com Hitler, mas isto também já não tem tanta importância hoje em dia.

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