Quem já não murmurou letras confusas e errôneas de alguma canção da “música popular brasileira”? Desde a infância de todos, nos acostumamos a ouvir pérolas como “Scoody-Do dos sete mares”, ou que “bicicleta não fala... que dirá se falasse”. Também cansamos de escutar que é pra moça amarrar a saia, em “primeira vista” de “Chico Cézar”, ou de alguém que tinha medo de “mirar-se no exemplo daquelas mulheres de antenas”. E não só nas música nacionais, residem este deleite de todo o brasileiro em reconstruir a seu gosto e capacidade auditiva, qualquer melodia ou letra de canção no repertório popular, pois quem não se lembra do país inteiro entoando “Uh! Tererê!”, ao invés de “Womp, there it is”, e nunca ouviu falar de versões abrasileiradas de outras músicas estrangeiras, como “Tequei, e noiei” do “Pink Floyd”, ou uma versão para “Hold back the water”, dizendo que “vai dar porrada”, e ainda a versão de “Mamma Mia”, “fudeu esse cabacinho”. Hoje em dia as canções nacionais da moda permanecem muito pouco tempo nas paradas, e de fato, algumas dessas canções seguem uma trilha erótica e sensual, beirando o baixo nível. Alguns artistas dizem que esta erotização na música popular brasileira, sempre ocorreu, desde antigamente. Creio que sim, mas sempre ocorreram impostas por um grupo seleto de artistas que visava a qualidade e não a quantidade. Neste grupo de antigos artistas, figuravam nomes como “Luís Gonzaga”, “Jackson do Pandeiro”, “Genival Lacerda” e outros. Quando falamos hoje em dia da erotização na “música popular brasileira’, estamos nos referindo a pérolas baianas, paulistas, cariocas, que visam revitalizar a música através de sua destruição. Como nossos pais ouviram em suas épocas, ouvimos na nossa, mas sem o mesmo padrão de qualidade e despreocupação comercial que impera hoje em dia. Pois “é você que é mal passado e que não vê... que o novo sempre vê!”