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Artigos-->Orígenes Lessa fala de Getúlio Vargas no cordel. -- 23/12/2002 - 19:09 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Orígenes Lessa fala de Getúlio Vargas no cordel.





Entre as personalidades que mais impressionaram e fascinaram as classes desprotegidas do Brasil, tornando-se temática da poesia popular, que sempre, instintivamente, procurou servir o seu mercado imediato. Getúlio Vargas foi, sem duvida, uma das maiores. Somente o padre Cícero inspirou número maior de folhetes. Nem Antonio Silvino nem lampião, com o seu apelo sempre renovado pela exploração do cinema, deram a produção literária maior. A de Getúlio é dez vezes superior, pelo menos. Certamente os folhetos e romances sobre os dois cangaceiros durarão mais tempo. É natural. São bandoleiros. A estória dos bandoleiros exerce um enorme fascínio sobre a imaginação popular. O português José Telhado viveu e matou há mais de cem anos. Mas ainda hoje suas façanhas são reeditadas e lidas no Brasil.

Em sua época, porém, e muitos anos depois de sua morte, Getúlio Vargas foi o tema de maior venda e de maior aceitação entre os humildes consumidores do cordel.





Orígenes Lessa



Abaixo alguns cordéis editados no livro “ Getúlio Vargas na literatrura de cordel ‘‘ de autoria de Orígenes Lessa”.



O que há de mais importante

Na vida do presidente

É que ele tudo resolve

Com um sorriso calmamente

Livrando sempre o Brasil

Da infame guerra civil

Que apavora a nossa gente.





Parte de um cordel de Athayde





A 24 de agosto

Quando o dia amanheceu

Um negro manto cobriu

Ligeiro o sol se escondeu

O mundo em peso chorou

Quando a notícia vagou

Getúlio Vargas morreu



Trecho do cordel - A chegada de Getúlio Vargas ao céu do cordelista Minervino.





No dia em que Getúlio Vargas

No Rio se suicidou

Houve silêncio na terra

O mundo todo mudou

O vento ficou parado

O firmamento nublado

Até a chuva estiou.



Do poeta e cordelista Rodolfo: parte do cordel - O julgamento de Getúlio no céu.








Daniel Fiúza.

22/12/2002



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