Você já imaginou uma privatização que nos priva da propriedade privada e nos impõe elevado custo de prestação de serviços? Se você ainda não pensou nisso, saiba que já está sendo vítima dela.
Algumas pessoas, distraidamente, chegam a dizer que a privatização foi benéfica, porque hoje qualquer pobre pode ter um telefone. O que não percebem é que em pouco tempo, o pobre paga em excesso de custo mais do que pagaria antes pela propriedade da linha telefônica.
No tempo em que uma linha telefônica em Belo Horizonte custava em média R$3.000,00 (três mil reais), minha conta raramente chegava a R$50,00 (cinqüenta reais). Hoje, já cheguei a pagar até mais de R$400,00 (quatrocentos reais) em um mês por duas linhas. Gostaria de ainda poder investir três mil reais em uma linha e ter um baixo custo pelos serviços recebidos. É isso que as pessoas às vezes não percebem. Segundo o boletim de notícias que recebi em 09/04/2001, desde a implantação do Plano Real, um período em que a inflação oficial não chegou a 100%, as nossas contas telefônicas subiram 344,82%, proporcionando-nos mais esse recorde: a telefonia mais cara do mundo.
Conclusão: no início da década de 90, em pagava R$3.000,00 por uma linha da Telemig, podendo vende-la quando não fosse mais usá-la, ou mesmo aluga-la, e o consumo era barato. Em 2000, paguei R$70,00 pela instalação da última linha da Telemar, mas o que pago a mais em poucos meses supera em muito o custo da linha antiga, e não terei jamais qualquer parte desse dinheiro de volta. Temos a telefonia mais cara do mundo, e a privatização nos tirou a propriedade que tínhamos antes. E ainda há quem elogie a privatização, que nos traz essa dispendiosa privação.