Cansei de parafrasear autores, esconder-me por detrás de pseudônimos, e quero confessar não um pecado mas uma infâmia. Cansei de ser quem não sou, e esconder-me sob mantos sagrados de oitocentos e sessenta e seis megahertz, e cento e vinte oito megabites. Desisto da falcatrua inútil de alterar meu cadastro espontaneamente, como um placar eletônico de contagem de votos. Perdi essa aula teatral com o professor Arruda, e nem participei da palestra com o reitor, Antônio da Baiha. Perdi todas as forças ao tentar alcançar um patamar de fantasia, que por um momento encontrei-me vitorioso e glorificado. Agora porém, percebo que ao tornar-me público, nem mesmo sei que existo. Sou agora um heterônimo de mim mesmo, assinado com um pseudônimo de quem não conheço. Será que não sou quem eu sou? Pois, se agi assim, foi por que não sentia necessidade de portar-me como num chat de bate-papo do universo on-line de todos os computadores anônimos pelas quatro paredes na clausura de casa.
Percebi tarde demais estar presente num site, onde o exercício da escrita como um simples exercício. E isso é o mais genial da idéia do mesmo site, pois, transformou-se num espaço aberto aos que escrevem, e aos que não escrevem. Acredito viver nesta democracia sem necessidade de pseudônimo, nem heterônimo algum, pois parto do princípio, de que não tenho nada a esconder, e principalmente, como já o disse, não pretendo revolucionar nada. Ademais, não sou nenhum Che, ou qualquer Tchê! Também não sou mais quem fui, sei lá... Não tenho a menos idéia de quando e como, nem porquê... Nem mesmo quis ser Denison Borges... De certo modo, se chamei a atenção ao criar polêmica, o fiz sem o uso de heterônimos, nem pseudônimos. Escrevi como quem sempre fui, mas agora, já não me lembro mais. Foi depois de tanto usar e abusar da proteção dos monitores de quinze polegadas, dos logins falsos e errôneos, e das senhas adúlteras e perniciosas.
Participei de várias contendas, sem ao menos saber suas regras. Porém, em momento algum tive a intenção de causar descontentamento a alguém, ou criar inimizades com outrem. Fiz o que fiz, somente em meu nome, e sem usar pseudônimo nem heterônimo algum. E ainda assim, não quis repreender ninguém, nem mesmo criticar alguém. Foi apenas um impulso de não aceitar os heterônimos e pseudônimos, por mim escritos. E principalmente, não quis dizer mal, nem delatar ninguém, apenas relatei minha falta de pseudônimos e heterônimos. E por que queria deixar bem claro, para aqueles que como eu, leio tudo e a todos, e sempre, que sou o mesmo que uma vez não li, e outra não escrevi, e que até já quis ser Denison Borges, a escrever um diálogo com a bosta. Pois como todo mundo, tive uma idéia fixa... A de possibilitar uma demanda para tantas palavras manchando minhas folhas brancas. Obrigado...