Já escrevi aqui mesmo na Usina um artigo sobre os prováveis interesses dos EUA no Iraque. Na época, esses interesses não pareciam tão claros assim; todavia, já não se pode mais ocultá-los. Não resta mais dúvida alguma de que as reservas petrolíferas são os principais motivos.
Já é sabido que as reservas dos EUA estão se esgotando e não há perspectiva de que outra fonte de energia venha a substituir o petróleo em curto espaço de tempo. Portanto os EUA precisam de uma forma de garantir poder sobre poços de petróleo existentes. Mesmo porque, é necessário contrabalançar o poder da OPEP, uma vez que essa organização dita os preços do petróleo. A maneira mais fácil de resolver isso é se apossando das reservas iraquianas.
Tanto é verdade que os inspetores da ONU ainda não encontraram nenhuma evidência de armas de destruição em massa no Iraque, e mesmo assim os EUA querem ataca-lo desesperadamente, inclusive sem o aval da ONU. A Coréia do Norte, que desenvolve um projeto nuclear, portanto representa uma ameaça imensamente maior, recebe um tratamento diferente. A este país comunista, os EUA preferem a negociação a uma intervenção militar. Eis a pergunta: por que um tratamento diferente à Coréia do Norte se este país é uma ameaça real? A resposta é simples: a Coréia do Norte não tem reservas de petróleo.
Que me desculpem os ingênuos, mas é infinitamente mais provável os EUA serem atacados pela Coréia do Norte, que está muito mais próxima, tem mísseis de longo alcance e é bem mais equipada, do que pelo Iraque que tem sua infra-estrutura militar praticamente destruída.
Infelizmente os protestos em todo o mundo contra a guerra não vão ser suficientes para amolecer o coração de pedra do governo americano. Com provas ou sem provas, os EUA vão atacar o Iraque e as chances desse conflito se espalhar por toda a região do Golfo Pérsico são bem maiores do que muitos pensam.